Dei-te todo o meu amor mas nunca soubeste daquilo
que falávamos. Continuas a pensar que voas no céu aquecido, feito pateta vestido de amarelo empobrecido, para a rentrée da estação tola, onde caiem folhas que ninguém lê.
Não gosto daquilo que encontras.
Tenho escrito no nó da gravata os preâmbulos que não tivemos.
Pára de me enfeitares a sorte.
Essa carta está avariada, contida num vazio que dentro de mim, insulta a vontade com que me ofereço. Continuaremos a escrever na pele este adeus sempre que a despedida deixe de ser uma palavra mentirosa.
3 mata-haris / 1 califa constipado / 1 faquir enferrujado / 3 observadores circuncisados & uma vontade tremenda de ver outro filme /Je t`adore ma petite / mais pour favor / ne me donne plus / patates frites.
Escrevo-te um atestado comprovativo de falta de assiduidade mental, mas não quero fazer de ti a gata putalheira a ler a ladainha excomungada.
Há quem viva numa caixa de espelhos mirando a Modas & Bordados, e duvide das intenções só com maldade moderada. Aquilo que somos é a impossibilidade que ignobilmente nos consome. E ficamos quietos como um qualquer caracol encarquilhado. Desprezámos o indício da escolha. Nessa altura eu era jovem e ainda não sabia percorrer os caminhos da língua. Na minha inoperância juvenil eu achava sempre que a primeira vez tardava.
Claro que me chateei / Embora soubesse / Que isso podia acontecer / Eu disse-te / Que era um problema / Mas não eras tu / Que o iria resolver.
,2017out_aNTÓNIODEmIRANDA
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