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domingo, 26 de setembro de 2021

# 4,45 p.m.

 

Amigo:
Quando dizes que sou o maior do mundo, 
só poderei responder, que perante tanta amizade, 
Ele ainda não nos merece.
Poderíamos falar com lágrimas para o céu,
que é assim que os poetas escrevem.
Nada nos paga.
Ao menos respeitassem esta ousadia.
Já não quero o vosso tempo, 
aquele que esculpe a dúvida 
num lamento cerâmico onde brotam palavras 
que já não ouvis.
Semblantes turvados em tons nada subtis 
e o sargaço do vosso olhar 
molhado naquele chão desamparado 
que só lhes tingia os atropelos. 
De tão perto e ferido 
entre lençóis de um azul fingido 
onde se fere o desejo 
esperando ondas de sossego 
para uma vida lavrada no sal 
do nosso esconso choro.

2016,09aNTÓNIODEmIRANDA


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