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domingo, 13 de junho de 2021

OBESIDADE INTELECTUAL

 Abraçado à mesa, 
na desordem das horas, 
esmago memórias, 
no correr do tempo que de mim vai abalando.
Onde pára a beleza?
Há muito que não me molha os lábios, 
nem sinto o toque do seu desejo.
Á verdade é que estou demasiado só para a normalidade do meu eu solidário.
Junto amostras da frialdade 
desta fidúcia sem eira nem beira, 
sem nada para acreditar.
As mãos tremidas, i
mpedem-me de tentar aplaudir a prece mais corajosa, de acariciar a tremenda perversidade, 
que, 
queria ornamentasse uma genuflexão redentora.
Não passo de um cobrador 
da agência funerária “Boa Nova” 
- admirador excêntrico da obesidade intelectual.



,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA


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