Escrevo na lua a calma do pôr-do-sol da praia e sensatamente aconteço em mim como poeta.
Lá no baile, o vento enxota um acordeão com sabores de caviar embrulhado no champanhe mais bonito.
Gela a minha alma num prazer mais que perfeito que aquece esta fria maneira de gostar de estar só.
Tenho na ponta do cigarro tantas coisas para recordar, até que o tango do sol-e-dó adormeça cansado.
O riff de bateria do aparelho apanha-me sempre desprevenido e o som de trompete que se segue, evidencia uma cacofonia com laivos de diarreia. O sotaque afro-apalhaçado poderá eventualmente constar na página principal de instruções técnicas que nos indicam a melhor maneira de carregar no teclado do autoclismo.
Ó senhora Mariquinhas, tenha cuidado com as galinhas, que o meu galo é solteiro.
Por mim, prefiro mijar abraçado a um candeeiro, mesmo correndo o risco de ir para a cama, com a sola das botas convenientemente aquecidas.
O poeta não tem culpa :
é sua solidão.
é sua solidão.
Melides,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
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