Pesquisar neste blogue

sábado, 5 de abril de 2025

NOITES LONGAS NEGAM ABANDONAR O ROUPÃO DA SOLIDÃO

 


Do teu corpo exausto de tanto mal parir  
Útero arrependido Flor descalça calcando novo Abril 
Ó lástima do meu país quando deixarás de chorar em vão?
E tu alegria do lamento 
Deixa que não seja só um momento 
Não quero ser aquele sorriso sem Alma 
Certificado num qualquer cartaz de boa vindas 
Ó pátria imunda quando te cansarás de infectar 
a minha existência?
O que é feito de ti?
Olha-me de lado o “curriculum vitae
Finjo que não ouço enquanto apressadamente 
escangalho 
o cachecol da perturbação. 
Há muito que sei que a memória 
é um sabão sem respeito.
Procuro no trapézio da ilusão um cometa corajoso.
Nada alcança o caminho entregue.
Nem luz Nem encanto Coisa sem coisa 
Visão escura Vida sem Cura 
endurecida a Vontade de tanto ouvir dizer Não.


,2024Mar23_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

Sem comentários:

Enviar um comentário