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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

A IDADE DO TEMPO

 


Multiplicador de 
ausências

Hábil manipulador de 
alibis ardilosos

Enrola no vermelho 
enlouquecido 
o olhar enganador 
com que espreita a ilusão



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GÉNIO PERPÉTUO (Carlos Paredes)

 


Asas Sobre o Mundo 
entregam no 

Espelho de Sons

o Canto Do Amanhecer

Invenções Livres 
celebram num 

Improviso 
libertário

A Melodia Para Um Poeta

E na Serenata No Tejo
 
velas da Amargura
Aplaudem a 

Dança Dos Camponeses



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LISBOA CADA VEZ MAIS ME MAGOA

 


[A minha conversa com Bach 

no altar da Sé de Lisboa 

numa tarde de nevoeiro 

Antoniano]



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A VIDA NUNCA ME ESCREVEU

 


Poderás chamar-me tolo 

de cada vez que denuncio a burla do tempo, 

porque no caminho que os prazos vão roubando,  

torna-se cada vez mais difícil 

alcançar o corredor da mudança. 


Antes da Morte 

Porque não Acontece 

A Sorte?


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NO COLO DOS DESGOSTOS

 


Sentado no cais do tempo 

observando a espuma da coragem dos dias,

procuro no bornal dos delírios

a cataplana de afectos.

E na onda das ausências,

acendo um triste desejo:

Vai devagar solidão 



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Sou do BENFICA!

 

Esta é uma das certezas que me tem acompanhado ao longo da minha vida.
E, acreditem, a minha vida não a deito fora.


aNTÓNIODEmIRANDA





ESCOLHA ATRAPALHADA

 


Espantalho meu 

Quem de 

Ti

Será mais 

do que 

Eu?




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TENHO UMA MORTE EM CONSTANTE ERECÇÃO

 


Pela vida, 

Nada deram 

&

Isso foi a minha 

Bem-aventurança 




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ESTA NOITE TENHO NO CORAÇÃO O PERFUME DO CONTENTAMENTO

 


                    Quem te fez tão inocente 
alguém indecente naturalmente demente 
repetidamente ausente 
do verdadeiro sentido da plenitude.
            Depois de tanto por aí penar 
ainda te pintam um outro acontecer.
Subir para não sossegar 
descer em vez de escorregar
resfolegar no mais amistoso relincho, celebrar com esguicho malicioso qualquer bem-estar ansioso.
            E quando a noite se cansa da solidão 
e quer fugir do dormir, 
rasga no colchão das tristes lágrimas 
ondas da negra maré ao encontro do cais 
da maldades.
        Uma voz sagrada morre finalmente,
 empunhando as ligas da santificada fornicação, 
enquanto uma gravata agita 
o roído nó das últimas despedidas. 
        E o solo arranhado da Gibson endeusada 
entrega o que de mim 
não ousara ser. 
        Nada, nunca será a cor com que dormirei.
                Esta noite tenho no coração o perfume
do contentamento. 

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ECCE HOMO (Gaveta Final)

 


Deus, 
Dizem,
Fez-me à sua imagem.

Até agora nunca dei por isso.

  Chamam-lhe 
Má 
Educação 







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CREDO FALIDO

 


            O sol tarda no anoitecer

            Contudo o Viajante da mala 
            com asas perfumadas 
continua a imaginar
alegrias temporariamente sós.

            E na praça do tempo que falta
olhos vazios
procuram num incessante vaivém 
o sorriso certo para entregar 
no ninho de cicatrizes.

Gosto de vocês, 
crianças que o céu enganou.





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A SORTE TEM OS SEUS DIAS PARA A ORDINARICE

 


Às escondidas engraxo as patas de centopeia 
perante o olhar desconfiado da empregada do bar, 
sito na academia dos incautos molestados.
Independentemente do que aconteça,
lampejos de serenidade embriagam a verdade aos pedaços.
Mas ainda ninguém descobriu o atalho 
para a bilheteira das almas 
misericordiosas.
(E a máquina das virtudes automáticas tem o horário avariado).
O pilar da sabedoria, 
(carunchoso e empenado) 
não passa de um aforismo artificial.
Solução ideal?
A mentira sem consequências repetidas.
Por fim, o evento arrogante,
 (da triagem absurda do pântano dos escolhos), 
desenfreadamente empolgado,
asilou-se na residência do bom-sucesso. 
A sorte tem os seus dias para a ordinarice, 
disparou ela para o espanto do tira-teimas.



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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

NUNCA VOS PROMETI A AUDÁCIA DA PERFEIÇÃO

 

Abro a mala e começa a vida.  
A utopia nunca apareceu.
Olá colapso celestial! 
Imaculada seja a ignorância das ideias cozidas, na cabeça desolada por avenças previamente alojadas nas mais bentas nuvens de medronho.
Cansado de não encontrar a minha natureza
alvejo o homicídio do voo da liberdade enquanto a inteligência acamada na taça dos sortilégios baptiza a idade da inútil aflição. 
Adoro este mentir e o seu doudo abraço à tenda das contradições suavemente pornográficas.

MAS, NUNCA VOS PROMETI A AUDÁCIA DA PERFEIÇÃO

Como gostaria de saber  as coordenadas
para me sentir um arco-íris!
Cuidado!
Há por aí algumas vertigens 
com origem não alucinogénia duvidosa.
Aqui, a matutar no cadafalso das preces desajeitadas,
mais uma vez afirmo:

NUNCA VOS PROMETI A AUDÁCIA DA PERFEIÇÃO

E no abraço que entrega a morte, ao instante do prenúncio sem norte onde caberiam expectativas nunca velhacas,
um feitiço adolescente pendura na cancela da fronteira do absurdo,
abrenúncios penhorados.

CONTUDO, NUNCA VOS PROMETI A AUDÁCIA DA PERFEIÇÃO

Não busco a coerência da lógica 
nem admiro elencos instruídos.
Fico-me pelo baile não atrapalhado 
dos guerreiros da revolução não conivente.
Devastação crónica.  
Panfleto avulso avesso à indigna celebração.
Aterro de fingimento, a desta reputação enlatada.
Fecundo a pompa com furor num esboço de conveniência maltratada. 
A hipótese nefasta desenha na insignificância convincente manifestações hostis,
enquanto a mendiga radicalidade anseia por um qualquer perdão falsificado. 
Pensaste que absolveste a besta que exibe desavergonhadamente
uma sarna sempre à mão, fatalmente carregada de religiosos propósitos.
Triste ementa te escreveram
.
TODAVIA NUNCA ME PROMETI A AUDÁCIA DA PERFEIÇÃO


2025Fev27_aNTÓNIODEmIRANDA
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Gene Hackman (1930-2025) / um dos meus filmes

 



sábado, 22 de fevereiro de 2025

JÁ NÃO FALAMOS MUITO

Às vezes desvio-me para a caverna só para acordar a sedução,
dizendo-lhe ao ouvido que não pode abandonar-me.
Ela então sorri um riso vertical e promete-me que quando se lembrar,
não vai esquecer-me.
Então aqueço-lhe as mãos com um tremor ternurento
e beijo a sua memória com todo o afago.
Rimos os dois num modo igual à ficção em que nos tornámos.
Visto-lhe o roupão comprado no último saldo dos certificados de aforro.
Agradecemos encarecidamente à rolha da garrafa do tinto que tanta alegria nos proporcionou.
Já não falamos muito, é certo,
mas também é verdade que em dados momentos,
as palavras deixam sempre de ter sentido.
Adormecemos geralmente sem a necessidade de continuar esta ilusão.
Ainda não sei se temos relógios iguais… mas nunca falhámos qualquer encontro.
Vamo-nos vendo por aí.
Às vezes nas esquinas onde ninguém se encontra.

  2016,11aNTÓNIODEmIRANDA
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W. H. Auden “FUNERAL BLUES”

 


Parem todos os relógios, desliguem o telefone,
Evitem o latido do cão com um osso suculento,
Silenciem os pianos e com tambores lentos
Tragam o caixão, deixem que o luto chore.
Deixem que os aviões voem em círculos altos
Riscando no céu a mensagem: 
Ele Está Morto,
Ponham gravatas beges no pescoço dos pombos brancos do chão,
Deixem que os polícias de trânsito usem luvas pretas de algodão.
Ele era o meu Norte, o meu Sul, o meu Leste e Oeste,
A minha semana útil e o meu domingo inerte,
O meu meio-dia, a minha meia-noite, a minha canção, a minha fala,
Achei que o amor fosse para sempre: Eu estava errado.
As estrelas não são necessárias: retirem cada uma delas;
Empacotem a lua e façam o sol desmanchar;
Esvaziem o oceano e varram as florestas;
Pois nada no momento pode algum bem causar.


W. H. Auden, in 'Another Time'



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

ANARQUIA PRECISA-SE!



Existo Logo trabalho Vendo-me Consumo E sou consumido. Sentado á secretária, Imagino & sou feliz Vendo os ponteiros do relógio Apressando um tempo Que em nada me dignifica.
Ser figurante nunca fez de alguém importante. Ainda nos torram com tantas soldagens. Não precisa de ser tão pessimista! Pois é, senhor ministro, eu dantes não era pensionista. É sempre o mesmo filme que nos preparam estes mentecaptos realizadores. É-nos impingida a ideia constante que precisamos de ser orientados, governados e caímos sempre na teia que nos transforma em meros espoliados. A banca está atenta, como sempre pronta para chupar um sangue que já não é nosso. Depois virão as teorias do plasma negociado por vampiros, varizes cromáticas em forma de tatuagens para impressionar os músculos fabricados com suplementos encharcados com toxinas inadvertidamente amestradas num ginásio sempre com promoções prometendo um aumento facilmente observável do sexo daqueles que só distraidamente o praticam. As desculpas habituais aparecerão nas mãos de cavaleiros liofilizados com máscaras de anjos para cultivar a nossa servidão. Mas quem manda, quem tem de mandar para construir uma realidade que a cada um de nós diz respeito? Falam do útil como se fosse necessário e premendo a tecla do fútil nunca arbitrário. Dói-nos na pele. Emporca-nos a alma, tira-nos a calma e queima-nos assiduamente o sonho. 
Estatísticas holísticas inquéritos esponjados numa frequência tendencialmente alérgica à mínima inteligência necessária para a eles não responder. Óleos queimados que nos entopem a tentativa da diferença. Não me conformo, e sei agora que nunca poderá ser proibido o ousar. Mas o medo encanta uma gente que já não canta esta vida que já não é e nunca virá a ser. Ameaçam-nos com o caos porque eles são os bons e nós, os sempre roubados e enganados, os maus. Deixem-me em paz! Eu quero agora calcar o meu próprio caminho. Não sei que força é esta. Não a compreendo. E rejeito as suas garras que vos engenham a necessidade de serem mandados.
ANARQUIA PRECISA-SE!
Deveremos saboreá-la e bebê-la com o sangue daqueles que ao abrigo da lei só nos têm enganado.
Chegou o momento de provarem o próprio veneno da sua hipocrisia. Ofereço-vos um nó  windsor  na gravata feita com as vossas tripas.






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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

A SORTE TEM OS SEUS DIAS PARA A ORDINARICE

 


Às escondidas engraxo as patas de centopeia 
perante o olhar desconfiado de empregada do bar, 
sito na academia dos incautos molestados.
Independentemente do que aconteça,
lampejos de serenidade embriagam 
a verdade aos pedaços.
        Mas ainda ninguém descobriu o atalho 
para a bilheteira das almas 
misericordiosas.
        (E a máquina das virtudes automáticas 
tem o horário avariado).
        O pilar da sabedoria, 
(carunchoso e empenado) 
não passa de um aforismo artificial.
        Solução ideal?
        A mentira sem consequências repetidas.
        Por fim, o evento arrogante,
 (da triagem absurda do pântano dos escolhos), 
desenfreadamente empolgado,
asilou-se na residência do bom-sucesso. 

A sorte tem os seus dias para a ordinarice, 
disparou ela para o espanto do tira-teimas.




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ESCOLHA ATRAPALHADA

 


Espantalho meu 

 Quem de 

Ti

 Será mais 

do que 

 Eu?




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TENHO UMA MORTE EM CONSTANTE ERECÇÃO

 


Pela vida, 

Nada deram 

&

Isso foi a minha 

Bem-aventurança 



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sábado, 15 de fevereiro de 2025

SEPULCRO DA ESPERANÇA ASSASSINADA

 


Nada 

Mais 

Há 

Para 

Morrer!




GAZA



Lembrem-se 

de 

nós


,2025JANEIRO_aNTÓNIODEmIRANDA
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POESIA NÃO PODE SER UMA ESTANTE SEMPRE VAZIA

 


São só palavras 

E esta caligrafia 

É a rameira mais ardilosa 

Das minhas tristes mentiras


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A MINHA PÁTRIA É DANADA PARA A BRINCADEIRA

 


Portugal

Minha Pátria da Galhofa

Incomensurável Ninho

De Patetas

Accionistas da Lisonja Mutualista

Artistas Escritores

Malabaristas / Contorcionistas

Manientos / Desavergonhados

Tristes / Estupores

E Até Alguns Há

Que se Autoproclamam “Poetas



2025Fev01_aNTÓNIODEmIRANDA
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LIBERDADE

 


Saudades 

De gostar 

De ti.


Onde 

Assassinaram 

As tuas 

Asas?








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NÃO ME INTERESSA A IMPORTÂNCIA

 


Meia-noite e vinte e três de 26 de Janeiro de 2025. 

Fui aconchegá-la.

Olhou-me uma boneca com um sorriso 

de 98 anos e meio,

agora com o mais agradecido aplauso

Não me interessa a importância.

Basta-me o respeito que me veste.

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

CÃO OBSERVANDO O MUNDO SENTADO NO SOFÁ DA FÁBRICA

 


No concílio económico já tudo tinha sido roubado
O velho caminho já não me acompanha ao bar. 
As palavras estão difíceis. 
O momento tarda em chegar, 
e a chuva que molha o pára-brisas da bondade
já deixa no patamar da possível esperança aplausos falseados.
Flores desfalcadas regam a varanda dos despojos.
Um céu vazio diz que me espera.
Depois desta farsa quem mais poderei assassinar?
CÃO OBSERVANDO O MUNDO SENTADO NO SOFÁ DA FÁBRICA 
Mas não sei onde se apagaram os sonhos ou em que feira foram lembrados.
Esse lugar não existe, assegura o relato do tempo não ardiloso.
Assim desce a vontade até ao fim do coração no desencontro inacabado.
A misericórdia é a mais cruel das lisonjas.
E ele disse" o paraíso não passa de uma promoção mentida em primeira mão.
CÃO OBSERVANDO O MUNDO SENTADO NO SOFÁ DA FÁBRICA 
De joelhos não contes que apareça.
Mesmo no fim (cada vez mais repetido), sempre foi deste modo que mantive a esperança nesta vivida e (nem sempre apetecida) espera.
O miar do gato malvado amorosamente assanhado pousou no focinho e pintou na alma a acalmia que julguei não possível.
Agora sou um patudo orgulhoso que nunca se esquece de virar as folhas que sobram deste calendário. 
A alegria continuará a ser para todo o sempre aquela pedra rolante cuspindo no recanto da miséria.
CÃO OBSERVANDO O MUNDO SENTADO NO SOFÁ DA FÁBRICA 
O que de mim gostava foi para a enfermaria das palavras cruzadas.
Os lábios escorrem as memórias na areia, onde envergonhados, os nomes, procuram a fuga possível.
Asas bonitas vestem combinações da boa-esperança confortando o abrigo da almejada possibilidade, enquanto pássaros solidários ensaiam um hipotético bailado, para que a tristeza finalmente não se torne a mais fértil certeza. 
Mas neste defunto mundo a única verdade apodrece numa retoma em permanente leilão.
Toda a gente chora nas infinitas traições entregues “à la minuta”.
Prédicas erguidas para o mais sangrento dos deuses pasmam no hipócrita consternação dos "inocentes".
CÃO OBSERVANDO O MUNDO SENTADO NO SOFÁ DA FÁBRICA 
Quem poderá respeitar as bombas que lhes vendemos?
A covardia será sempre um acto que jamais se cansa de ser celebrado.
Ó vida, dizes por aí que o "show" não pode parar.
Até porque a humanidade cedo demais assassinou o respeito que nos é devido.
CÃO OBSERVANDO O MUNDO SENTADO NO SOFÁ DA FÁBRICA 
Como se uma tempestade acampasse no meu travesseiro e o sono que dela fugiu escrevesse acenos obscenos na agenda do despertar.
Não!
Não preciso de outra Ressurreição!
(Já tenho o “GPS” do paraíso artificial).
Olá!
Há por aí alguém que não me conheça?
Nosso Senhor!
(Malvado insidioso).
Que pena tenho que isso aconteça.
CÃO OBSERVANDO O MUNDO SENTADO NO SOFÁ DA FÁBRICA 
E neste sentir demasiado cansado a procurar o botão do autoclismo, benzo sermões fictícios.


2025Fev05_aNTÓNIODEmIRANDA
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(Começado a ser escrito em Fev01 , durante um concerto na Fábrica de Alternativas_Algés)

sábado, 1 de fevereiro de 2025

CONVERSA COM GINSBERG (SEC`ADEGAS _Fábrica de Alternativas_2021Agosto07)


CONVERSA COM GINSBERG



Naquela tarde depois de as manhãs se cansarem, tinha na garganta o “UIVO para tomar o pequeno-almoço. 
Pedi então açúcar mascarado tal era a pena de nunca o ter conhecido. 
Concentrei-me num cosmos surpreendido pela minha curiosidade. 
Lembro-me que era muito novo e mesmo assim já lamentar o facto de não poder falar consigo. 
Nasci adiantado e isso foi-me dando muito trabalho. 
Mas tinha a sua ideia da América e li o “ON THE ROAD” na altura exacta. 
Diziam no escritório onde era paquete, que era excêntrico. 
O irmão e irmãs do meu pai, comentavam que passava a hora do almoço nos bares das putas do Cais do Sodré. 
Coisas da ignorância, como poderiam testemunhar o Madeira Luís e o Hipólito da então livraria Opinião. 
Senhor Allen: não é culpa sua que os quatro psiquiatras, que me escutavam, tinha eu 14 anos achavam que eu pensava diferente dos outros.
Nunca fiquei e o mesmo acontece agora, indiferente àquilo que quero gostar. 
Mas as máquinas IBM não operavam aquilo que a Patsy Southgate tinha escrito no poema. 
Cresci nos corredores do escritório o que convenhamos são copiosamente iguais aos dos supermercados onde ninguém oferece nada em troca da nossa beleza.
Tantas vezes fui alvejado a tiro nas costas por uma vontade não conseguida.
E tanto roubei num supermercado longe da sua Califórnia. 
Não visitei a campa de Apollinaire
Mas estive lá perto. 
E publicaram um poema meu sobre esse senhor. 
Não poderei enviar-lhe um sequer registo de um sonho, só porque de tanto sonhar a memória fica tão chateada que nem a mim me oferece um só.
E voltámos á América. 
E você sabe que é uma palavra em vias de extinção.
E eu sei que você até tentou ser bondoso.
Mas como diz o Frank O´Hara, a indústria pornográfica está em crise.
Nunca estive em Nova York, mas não me custa admitir que no verão em que a beijou ela estaria magnífica.
Depois disso, vermes devoraram a poesia.




2017,mar_.aNTÓNIODEmIRANDA
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