Labirinto da saudade.
A ausência enche as ruas.
Magoo-me.
Tenho o cinto no aperto da vontade.
Uma misericórdia inoperante.
O que pretendes pecador infalível desordeiro das orações que ensinámos?
Império das mentiras, princesas maquilhadas no trono dos tropeços.
Não consigo um diferente começar.
A ausência enche as ruas.
Magoo-me.
Tenho o cinto no aperto da vontade.
Uma misericórdia inoperante.
O que pretendes pecador infalível desordeiro das orações que ensinámos?
Império das mentiras, princesas maquilhadas no trono dos tropeços.
Não consigo um diferente começar.
NÃO HÁ CÁ NINGUÉM A NÃO SER ESPANTALHOS.
Oceano afogado nas sombras - uma corrente de murmúrios - negação contínua que conforta o autismo pulsos atados num remo à deriva - barca velha cansada da adega - e há um sol teimoso que finge o nascer - e oferece-nos um perder agasalhado nas pulseiras.
NÃO HÁ CÁ NINGUÉM A NÃO SER ESPANTALHOS.
Neste palácio borrado de medo pela curiosidade de janelas indiscretas. O existir não passa de uma circunstância inconveniente. Os palhaços abandonaram o palanque. Este sítio é suspeito. Sobrevive com nuances de sanguessuga. Doida autópsia rasurada, escondida num asilo ignóbil mija decências nos muros encharcados de peçonha. Glorificado seja o nojo de cada dia, a toda a hora, aqui na terra mas nunca no inferno. Queimo as respostas que hipoteticamente endereço a mim. Não ouso pintar ausências, até porque o mais perto que estive da felicidade, foi uma vírgula sem o ridículo das palavras. Estou sempre pronto para o que de mim eu quiser. Atento e venerando o optimismo conservado numa solução fictícia cada vez mais longe deste lugar que tanto me cansa. (não estou a falar de mim. Eu sou outra coisa). Se calhar até podia ser assim, mas esta maldita fé enferrujada por néctares alucinados, pregou-me a esta ilusão roubada numa caixa de esmolas. Despejei o cabaz dos imbecis. Há alguém por aí? Alguém que me possa matar? Tenho dores para a troca, sorrisos fáceis para vender, um coração habitado na mentira, olhos que nada entendem, boca obediente, consumo mínimo do zero à morte, 7 chicotadas. Ofereço um diamante louco abençoado pelo Syd Barrett. Se não for do agrado, tenho átomos congelados, embebidos numa salada russa, antes de o Putin começar a levar no ânus. Candy dizia ao corpo que a estranhava, que só queria um dia perfeito. Só me queixo da sorte quando o azar se esquece de mim. Até porque não gosto das bebedeiras diluídas em contrafacção. Tenho um gosto distinto entendido por um tinto de reserva conceituada. De cada vez que me penso, esqueço o que de mim presta, ainda não queimo o que resta, mas isto vai ter cura. Relembro-me em leituras sonâmbulas e caminho nas nuvens da ilusão. Colo a tristeza numa manta amiga, e espremo a esperança com dedos manchados pela crença que me impregnaram. Recordo quando era jovem, mas não encontro os segredos que escondi.
NÃO HÁ CÁ NINGUÉM A NÃO SER ESPANTALHOS.
Tenho a pele empilhada por aplausos que nunca ouvi. Opções divorciadas dos flashes fedorentos.
,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
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