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sexta-feira, 29 de abril de 2022
quinta-feira, 28 de abril de 2022
“A ANGÚSTIA DAQUELE QUE NASCEU ANTES DE MORRER” Para o Changuito. (A minha escandilose não permite como desejaria, beijar o sagrado da tua sombra).
2016,03
aNTÓNIODEmIRANDA
quarta-feira, 27 de abril de 2022
terça-feira, 26 de abril de 2022
domingo, 24 de abril de 2022
sábado, 23 de abril de 2022
sexta-feira, 22 de abril de 2022
3 POEMAS DE AMIRI BARAKA/ LEROY JONES PUBLICADOS NA REVISTA mallarmargens | revista de poesia e arte contemporânea
Segunda em Si Bemol
o dia inteiro
& Deus
nem aí, ó.
Mas se eu ligo
190
O Diabo
aparece logo
vejam só!
Prefácio para um Bilhete Suicida de Vinte Volumes
Com que o chão se abre e me engole
Cada vez que saio para passear com o cão.
Ou a singela música cortante que o vento faz
quando corro para alcançar o ônibus...
As coisas chegaram a esse ponto.
E agora, a cada noite conto as estrelas.
E a cada noite obtenho o mesmo número.
E quando elas não se mostram para serem contadas,
Conto os buracos que deixam.
Ninguém canta mais.
Então, na noite passada subi na ponta dos pés
Rumo ao quarto da minha filha e a escutei
Conversando com alguém, e quando abri
A porta, não havia ninguém ali...
Apenas ela, ajoelhada, espiando dentro
De suas próprias mãos fechadas.
Kasbah
Até um pátio sujo, e gente negra
Reclama e grita e caminha sempre contra
Desafiando a física com sua vontade.
Nosso mundo está cheio de sons
Nosso mundo é mais encantador que o de qualquer outro
Apesar de sofrermos, de nos matarmos uns aos outros
E às vezes fracassarmos em caminhar no ar.
Somos gente maravilhosa
Com imaginações Africanas
repleta de máscaras e danças e cantos portentosos
com olhos e narizes e braços Africanos
mesmo quando nos aniquilamos em cinzas cadeias
em um lugar cheio de invernos, quando o que desejávamos
era o Sol.
Fomos capturados
e trabalhamos duro para conseguir escapar
até a antiga imagem, até
uma nova correspondência com nós mesmos
e nossa família Negra. Precisamos da magia,
e precisamos dos encantamentos, para surgir,
retornar, destruir e criar. Qual será
a palavra sagrada?
LeRoi Jones (New Jersey, EUA. 1934-2014), Amiri Baraka Um poema de Amiri Baraka traduzido por Roberta Pohzeln
Nascido Everett LeRoi Jones (New Jersey, EUA. 1934-2014), Amiri Baraka foi uma importante figura literária, cultural e política. Poeta, dramaturgo, ensaísta, crítico cultural e professor, Amiri Baraka também foi ativista político com efetiva participação na luta por uma revolução negra nos Estados Unidos. Ao longo de sua trajetória política, Amiri Baraka também reivindicou os direitos de minorias étnicas, sobretudo no que diz respeito à opressão neoimperialista e às consequências do capitalismo no aumento da pobreza, da fome e das desigualdades sociais.Profundo estudioso de blues e jazz, e entusiasta do rap e do hip-hop, Amiri Baraka publicou relevantes obras sobre a música negra e suas questões sociais e culturais: Blues People: Negro Music in White America (1963); Black Music (1968); e The Music: Reflections on Jazz and Blues (1987). Aliás, o blues e o jazz são temas e material poético para muitos de seus poemas.
(NO BLOG Palimpsestus)
sem órgãos
rasteja pelas ruas
da Europa, ela será
indultada, com seu vestido de morcego emplumado
sem órgãos
com feridas em seu interior
até a cabeça dela
uma vasta câmara de pus
de memórias vu(lvares)rmosas
sem órgãos
nada para fazer bebês
ela será a grande bruxa da lenda euroamericana
a que sugou a vida
de algum negro desconhecido
cujo nome será conhecido
mas cuja substância nunca será
nem mesmo por ele
que jaz em um pilha de dermonarcóticos.
Esta vadia matou um amigo meu chamado Bob Thompson
um pintor negro, um gigante, certa vez, ela foi reduzida
a uma pífia imitação marica
cheia de buracos Americanos e um macaco em suas costas
estapeou aviões
lá do empire state building
Que esta vadia e suas irmãs, todas elas,
recebam minhas palavras
em todos os seus orifícios como soda cáustica misturada com
cocola e xarope alaga
Sintam essa merda, vadias, sintam, agora riam essas suas
risadas histerectomizadas
enquanto suas carnes queimam
e seus olhos se atentam à lama vermelha.
quinta-feira, 21 de abril de 2022
A VERDADEIRA CONVERSA
Cada vez
Falamos menos
&
Isso
Poderá
Significar
O
Começo
De uma
Verdadeira
Conversa
,2022Abr_aNTÓNIODEmIRANDA
Um poema do Senhor LEVI CONDINHO - Bar A Barraca - Teatro Cinearte. 21 Abril 2018 - Levi Condinho * Miguel Martins
Bar A Barraca - Teatro Cinearte. 21 Abril 2018 - Levi Condinho * Miguel Martins |
toda esta falta de viver
juro uma treva um nó de madeira obsessivo
uma mancha de podridão na abóbora
ou no pepino enroscado na terra aguada
juro uma unha roxa no rouxinol amado
um ponto negro nas tuas nádegas de concurso
um baque no peito uma recus no planeta mais visível
juro o estalar da pedra nas patas do sardão
juro o próprio sardão
juro os teus mamilos na raiva do silêncio
juro o bornal apodrecido de Kerouac em Bordéus
onde a viagem morreu na baiúca do vinho
juro o vinho (a) martelo no resvés das pedras calcárias
basalto cilício cortiço de zângões
juro as águas de velhas torneiras ferrugentas
e palavras e signos e símbolos sublimes
odeio Céline do meu lado esquerdo
e amo Céline do meu lado direito
ficando por cima como arcanjo astuto
juro mordendo este copo esta trégua este luxo
este ser disponível para tudo abrir
caixa de veludo calo do mindinho erva de plantar
no jardim falido de um ânus loiro profundo
ânus olho juro
Levi Condinho nasceu em 1941, em Bárrio (Alcobaça). Publicou, entre outras obras Para que Alguns me Possam Amar (1977), Saxofone (1981), Tentáculos (1981). Em Roteiro Cego faz uma antologia da sua produção poética entre 1965 e 2000. É também tradutor e crítico, com vários ensaios publicados na Colóquio/Letras.do blog discursodosdias.blogspot.com)
terça-feira, 19 de abril de 2022
LINGERIE AUSPICIOSA
Está a chegar
A
Hora
Disse a puta atrevida
(não lhe contei que aluguei
a lingerie auspiciosa
propositadamente
para o elenco)
,2022Abr_aNTÓNIODEmIRANDA
(SEM PROBLEMA)
Vamos construindo o caminho
As minas estão claramente
Identificadas
Alinhadas por ordem fonética
Ansiando pelo directo
Previamente combinado
,2022Abr_aNTÓNIODEmIRANDA
segunda-feira, 18 de abril de 2022
ORAÇÃO DO RESGATE | ESTOU FARTO! DEMASIADO FARTO DESTES NAZIS ALEIJADOS MENTAIS.
2015jul_ aNTÓNIOdemIRANDA
domingo, 17 de abril de 2022
sábado, 16 de abril de 2022
O MAL DE "ORTOV" de Jaime Rocha
Última criação da MUSGO Produção Cultural. Encenação: Paulo Campos dos Reis. Interpretação: Philippe Araújo. Direcção de produção: Ricardo Soares.
18 a 23 de Abril, às 19h, na Galeria Zé dos Bois, Lisboa
sexta-feira, 15 de abril de 2022
CONVERSAS COM O AUTOCLISMO
Debaixo do sol,
que agora estás mais que escondido,
há uma tosse que mata,
e um gelo que conforta as despedidas
sem fim.
Pedem-se milagres para alimentar
a esperança moribunda.
Dizem as lágrimas cansadas da tristeza,
que todos os momentos padecem apenas
de um cansaço passageiro,
tamanhas são as saudades da alegria.
Chegou a hora de contar caixões,
quando pouco tempo antes,
cultivavam-se planos para festejar aniversários.
O que nos prende à vida?
Porque não as unhas de um gato,
que teimosamente recusam abandonar
qualquer tentativa de coragem?
Mundo que nunca me achaste,
porque não desistes da ânsia de me destilar?
Nesta luta desigual,
confesso que endeusar-te,
nunca abandonou as conversas com o autoclismo.
Tenho muito mais que fazer.
Podes tomar conta de mim.
Já não sei chorar.
,2020Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
A Libido (ao final da Tarde) em Cinco Assaltos', poemas de Carlos Alberto Machado, desenhos de Luis Manuel Gaspar, Nazaré, volta d' mar, 2022.
V
no aluvião escasso
as pás devolvem
corpos em cinza
A Libido (ao final da Tarde) em Cinco Assaltos', poemas de Carlos Alberto Machado, desenhos de Luis Manuel Gaspar, Nazaré, volta d' mar, 2022.
à venda na editora: voltadmar@gmail.com
Straight from Ronnie Wood's art studio, take a look at Ronnie's official art store. See stunning portraits of the Rolling Stones, Jeff Beck, Rod Stewart, Pete Townshend, and tour setlists and landscapes, printed on stunning art paper, many signed and hand numbered by Ronnie. From Ronnie's studio to your home
quarta-feira, 13 de abril de 2022
segunda-feira, 11 de abril de 2022
CABID-31.1001
Os que castigam o optimismo
Consomem a desilusão
Como modo de vida
,2020mai_aNTÓNIODEmIRANDA
domingo, 10 de abril de 2022
AINDA NINGUÉM SE PREOCUPOU
Esta lâmina que tanto corta a ilusão que me separa da realidade, é uma língua traiçoeira que espalha veneno nas minhas veias.
Estou velho neste vento usado, que sopra na minha vida, moinhos cada vez mais quietos.
Observo os quadros pendurados na minha memória, e revejo a sua viagem, para um lugar que cada vez menos me pertence.
A vida, por vezes é uma conta com números errados, e oferece uma soma com uma enganadora prova quadrada.
O mais simples é uma hipótese abstracta, e o seu significado, uma tela sem título.
Não quero queixar-me!
Não considero sugestões absurdas!
Corro sempre na pressa contrária.
Dizem-me que terei de mudar o sentido da vida.
Ainda ninguém se preocupou com a opção que teimosamente mantenho.
2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 9 de abril de 2022
HOJE APETECE-ME SOLTAR POEMAS
Este pensar absurdo, que nos congela os braços, nos apertados abraços que picam as ideias. Esta mania abusiva que enche vazios onde o nada cabe. E estes sorrisos de circunstâncias paridos, que despejam num surdo bocejar o que esperávamos ter acontecido. Enchem-se os poços com moedas sujas, para alcançar desejos que há muito sabemos fora de nós. Rega-se a vontade com fósforos queimados, e assim o incêndio que queremos, torna ainda mais frio o hálito das palavras. E o que fica é um sussurro mórbido e arrependido, uma sugestão escondida no livro que nunca iremos abrir. E as nuvens, que salteamos na mera hipótese da sorte, pintam assim céus fora do nosso alcance. Somos os loucos dos beijos desenfreados, que molham passos que nunca nos pertencerão. Chover no molhado nada tem de original. Santificado seja o resto que nunca sabemos aproveitar.
Hoje apetece-me soltar poemas.
,2017out_aNTÓNIODEmIRANDA
HOJE...
Bastante normalmente
Já se habituou
A que nada será diferente
Optimismo cancelado
Sorriso concludente
Comportamento normalizado
Diz bom dia a toda a gente
Entra no escritório
Aperta a mão ao chefe
E logo fica contente
Olha pra mim
E logo sente
Que estou farto dessa gente
Discute futebol
De tarde a telenovela
Prá mulher é o suplente.
Hoje ele acordou
Mais ou menos como sempre
Abraçou a rotina
Com um beijo de aspirina
Meteu - se no comboio
Sorriu a toda a gente
Já não é capaz de pensar
Que existe algo de diferente.
,78aNTÓNIODEmIRANDA
LABIRINTO
Se Não Uso Cinto ?
Pinto Minto ? Tinto ?
Reflexão ? Introspecção ? Inspecção.
A Sensação Da Ilusão De Sentir A Tua Mão
Dizer Não Da Exaustão Do Telefonema
Do Esquema Do Eczema Do Cinema Da Azia
Da Bacia Vazia Que Não Fez Mas Que Fazia
Da Atenção Da Tensão Do Tesão
Da Necessidade Da Solidão
Da Derrota ?Da Vitória ? Do Erro Do Medo
Do Fantasma Do Plasma Do Anti-diálogo
E Continuar A Querer Viver Para Morrer
Embora Aborrecida Como Pagar Isto E Aquilo
Mais O Imposto A Aumentar Da Mensalidade Do Trespasse Da Casa De Passe Passe Por Favor Estou Com Pressa O Porquê Não Interessa
Talvez Para Continuar A Ensaiar
A Decorar Esta Miséria Do Quotidiano
Que Teimamos Chamar De Vida
Sabendo Dia Após Dia
Que Não Passa Duma Peça.
fev.84, ANTÓNIODEmIRANDA