É
sempre a fome que te faz essa pressa que te cansa de tanto correr
torna tão longe esse caminho, sabendo tu que nessa mesa não há
nada para comer.
Mastigas como sempre os sons das folhas caídas com
ruídos de fumos bulidos como se fossem lágrimas.
Andaste tanto pelo
mundo onde te fizeram vagabundo e abraçaste a bandeira como se fosse
o teu último sentido.
Que terá de estranho esta ideia beijada de
soluços com sabor a sedução?
Morna, funaná, coladeira.
Ai ai ai
ai, bulimundo!
Só quero ser gente mas olham-me como um imbecil.
Obrigado pela graça que me deste.
Só é pena que eu com um bocado
da tua sorte continuar a ser um desgraçado.
Você é assim, me olha
assim com olhos que só eu vê.
Eu gosto de você assim,
ás vezes
perto de mim,
outras no lugar onde só posso olhar..
Ó mar, ó mar
tantas voltas deste ao meu sonho, inundas-me com o teu azul
traiçoeiro não cabes no meu abraço, naufrago no teu sargaço, é
contigo que vejo a minha terra, mar desejado no meu olhar mareado
onde sangra a prenda que me deste :
o bouquet mais mentiroso.
Contudo
a nossa amizade nem isso merecia.
Não convivemos pacificamente.
Amanhã
parto para a europa.
Cabelo preto, a pele é igual.
Disseram-me
mentindo que era o lugar ideal.
O
que faço com esta Pátria,
onde o mundo nunca foi meu?
2015aNTÓNIODEmIRANDA
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