Naquele tempo estavam doze poemas e um intelecualóide a copo, que só por milagre escapou à sincronizada operação da brigada de trânsito. Furioso, o comandante propôs-se castigar o resto da humanidade.
Alguém ironicamente bêbedo, lá do alto do seu filme, balbuciava sem a menor convicção:
Perdoa-me pai! A culpa é tua! Eles só fazem o que sabem.
Ferlinguetti no preâmbulo da leitura do poema “a angústia daquele que nasceu antes de morrer”, tentava convencer os demais, que a poesia só pode ser dita por alguns. Corso, incorrigivelmente narcotizado, limpava a boca a haikus que lhe sabiam a hambúrguer de peyote. Kerouac, sentado no canto do meio, rezava e chorava com cara de Ginsberg, agarrado ao último rolo de papel higiénico. Di Prima, estava com muita vontade, mas ninguém ali, mostrou o mínimo interesse numa demostração grátis de um superior blowjob. Paul Carroll, tinha na mão as três dimensões do retrato do pai, mas só conseguia ver dois minúsculos pês (pele, picha & ossos).
Um ovni aterrou disfarçadamente em cima do gira discos e todos puderam ouvir aquela música.
Como eu gostaria de ter estado presente.
2016,03
aNTÓNIODEmIRANDA
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