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sábado, 24 de julho de 2021

CRÓNICAS DE MELIDES (22) Sábado à noite

 Não sei se é de propósito que me queres magoar, 
ou serão contas de outro fadário.
Ninguém acredita no estado da minha desilusão, 
quando nada resta daquilo que pensámos ter juntado.
Naquele baile de todos os sábados, 
eu vestia a camiseta
com pálidas ramagens estampadas, 
mais verdadeiras do que as urinadas 
palmeiras da Califórnia.
E tu, para disfarçar a incomodidade, 
mexias as pedras do licor Beirão, 
mostrando um sorriso com tanto siso, 
que fazia acontecer 
riscos de areia na minha indumentária.
Lá no palco, 
o artista com um sotaque típico 
de um gabinete de “nails”, 
cantava:
Eu sei, eu sei, tu és a chinesa mais bonita…

Melides,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA




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