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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

ALUGAM-SE QUARTOS (Nazaré)

 


O poeta,
descansa o olhar no cachimbo, 
e folheia entre os dedos memórias sem alta definição. 
Ata as palavras para que não fujam da algibeira, 
sossegando-as com o fumo que disfarça a fraqueza.
Desenha na ampulheta momentos que não quer esquecer.
Veste o pijama ao mar, 
aquece a areia na espuma do peito, 
e volta e meia, desaparece sem ninguém dar por isso.
Lá, naquele sítio, 
onde se atiram pedras à sorte, 
cães curiosos brincam à cabra-cega, 
no calor da luz do farol.
A noite vai caindo, 
agasalhada no sobretudo do nevoeiro.
Alugam-se quartos.
A lua sorri matreiramente.


2018Out_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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