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quinta-feira, 31 de outubro de 2024
terça-feira, 29 de outubro de 2024
domingo, 27 de outubro de 2024
DIMINUIMOS DRASTICAMENTE O ÍNDICE DE MASSA LABORAL
Sou optimista por opção.
Uma escolha de sangue, que muitas vezes verte a razão, em evidências pintadas com o pó de giz.
Exagero-me sempre que posso, a um nível para além do máximo. Auto motivo-me como um respirar sem pressa, e elogio a minha eloquência com segredos que só a mim dizem respeito. Falo com aquele gajo que vejo no espelho, desenho-lhe a barba e por vezes piscamos os olhos. Rimo-nos da nossa flacidez sem qualquer reprovação, e sempre que possível conferimos o número das nossas identidades. Usamos o mesmo perfume, o que sinceramente, me deixa irritado. Mas também não é por acaso que vestimos o mesmo penteado. Também é verdade, que não lavamos os dentes nas manhãs difíceis, e nunca temos curiosidade pelas notícias da necrologia. Sofremos, isso sim, a angústia escusada da meteorologia, e teimosos como somos, continuamos a calçar sapatos de camurça, quando ela prevê um acelerado aumento de temperatura, lá para aqueles lados que não conhecemos. O que é certo é que temos mais do que fazer do que acreditarmos em nós próprios. Raramente nos separamos. E isso torna relativo o facto de há muito nos conhecermos.
Diminuímos drasticamente
o índice de massa laboral.
,2017out_aNTÓNIODEmIRANDA
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sábado, 26 de outubro de 2024
QUEIMAR DESGRAÇAS
Olhar triste neste acordar de sentido proibido.
Um cálice de rosas vertidas na cor de sangue, para um céu que não me atende.
Encontro o piano das teclas ensonadas que embalam as fantasias do caminho que não apanhei.
Uma voz que não conheço, escreve que a esperança não deveria ter morrido desta maneira.
Estou farto de abraçar candeeiros abandonados, e as mensagens que envio para nevoeiros confidentes, só me querem adormecer com ideias de plástico.
Janela dorida, um sorriso como o teu, era o mundo que eu precisava. 3 desdéns no bolso, 1 bilhete para picar o futuro, um balançar não embaraçoso na corda bamba, um chuveiro de champanhe harmonioso, um tempo sem a vez de voltar atrás, um banho temperado com soluços gotejados do teu sexo.
Tudo é absurdo neste velório de aplausos.
Nada é importante desde que senti que a vontade fingia.
,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
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PINTARAM TUDO COM UMA COR A FUGIR
Quero tocar-te.
Contar histórias sem nexo.
Envolver-te no meu sexo.
Escrever no vulcão
das promessas mentirosas,
a dificuldade da vida,
encostada nos candeeiros
cambaleantes.
Difícil,
é olhar, mesmo que distraidamente,
para anúncios de néon
que já não mostram
a cor do teu lábios.
É triste este amanhecer
sem o perfume do teu nome.
Pintaram tudo com uma cor a
fugir.
Apagaram
A
Nossa
Memória.
,2020Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
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QUARENTENA
De tanto
Lavar as mãos
Tenho a pele mais engelhada
Do que os tomates
Do padre Inácio.
,2020Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
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sexta-feira, 25 de outubro de 2024
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
APARAS DO TEMPO
Vazio.
Era o seu nome.
Só uma vez sorriu.
Só uma vez sorriu.
&
isso foi o maior
incómodo
da sua vida.
Anda por aí,
lapidando aparas
do tempo.
2018Out_aNTÓNIODEmIRANDA
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quinta-feira, 17 de outubro de 2024
NO BECO DAS INTRUJICES
Nem tudo o tempo rouba embora não se canse de sujar os caminhos do nosso conforto.
E nas ondas que conduzem a única viagem bastas vezes tentamos ignorar tal convite.
O desassossego é o nosso número permanente.
Há um som escrito na derradeira palavra perante o olhar defeituoso sempre pronto para desrespeitar a vontade final.
Ninguém escreverá nos restos que nos tornam assim.
E esta nuvem, que só ausências consegue anunciar?
Esta morte, traçada em rabiscos de infortúnio ampara a inacabada troca de desaires com a inconsolável salvação.
A espera é a mais ultrajante perspectiva para os duelos que nos esperam.
Não é de todo estranha a escassez de respostas para apaziguar a realidade.
A colina está cada vez mais próxima.
A gentileza das sombras aplaude o já lento acontecer.
Várias vezes choramos o desapontamento, cheiramos o perfume errado, barramos a cabeça com cortes escritos na pele.
Julguei-me o tal Deus com futuro duvidoso, sempre mal cotado na bolsa das conveniências, qual triste “entertainer” assiduamente mal pago.
Atrevidamente clandestino na Santa Casa da Lástima.
A Junta da Freguesia da Piedade poderá testemunhar tal desempenho.
Orações controversas pintaram na areia a possível beleza das palavras sem ressentimentos bafientos.
Que poderei fazer com este convite?
Jogar às escondidas no antro das irremediáveis desilusões?
Continuar a distração no beco das intrujices...
,2024Set03_Vila _aNTÓNIODEmIRANDA
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LONGOS DIAS PODERÃO TORNAR OS ANOS MAIS CURTOS
Assim poderá o sol atender outras vozes
e entregar o requintado bem-estar
na retrosaria menos manhosa.
E no beco que encobre a noite,
convidar para o sagrado piquenique,
O Hálito dos Deuses.
Há muito que nisto deixei de acreditar.
Se tenho saudades?
A memória já não mora comigo.
Sabes eu ainda passo muitas noites a latir.
,2024Set03_Vila _aNTÓNIODEmIRANDA
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NEM TODOS OS RIOS ME SECARAM
Já só consigo ser
o nefasto apetecer
do que resta da memória.
Quando bastava um desenho
colorido pelas ideias felizes
um abraço com sabor
a uma qualquer colectânea de boas
maneiras
,2024Set30_aNTÓNIODEmIRANDA
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NÃO ANDO COM O COLAR DOS MEDOS AO PESCOÇO
À noite a sorte dança ao lado da minha
sina.
Segui-a até ao paraíso
Segui-a até ao paraíso
com uma estrela escondida na viagem.
O letreiro anunciava “admissão esgotada”
É difícil acertar o calendário das ausências
entorpecido no almanaque da penitência.
Da sorte do futuro do mundo está tudo escrito.
Coisas da morte.
(estes sorrisos para adornar
O letreiro anunciava “admissão esgotada”
É difícil acertar o calendário das ausências
entorpecido no almanaque da penitência.
Da sorte do futuro do mundo está tudo escrito.
Coisas da morte.
(estes sorrisos para adornar
os passos do fim).
,2024Set16_Vila Chã _aNTÓNIODEmIRANDA
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MEMÓRIA REVISITADA
Por vezes
Lembro-me
E
Afasto
Tal
Inquietação
Até
Que A
Memória
Me
Visite
,2024Set08_Vila Chã _aNTÓNIODEmIRANDA
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NA VARANDA DOS OCASOS
Adeus ó vida. Vou fugir.
Já não conto os passos. É só isso.
Nada mais tenho para falar.
Desejaria amar-te mais do que a verdadeira possibilidade, mas este assassinato resgatado da desilusão, rouba dia após dia pingos da esperança restante. Rasguei a rendição da dor. Nada já sou naquilo que atrevi ousar. Nem sequer a simples ideia das possíveis opções. Já não atendo a audácia do voo que até então adormecia na inocência que supostamente me baptizou. E na valsa da tristeza, amada nos sonhos de areia, gentis abraços da guitarra amiga mostravam espelhos do mais autêntico alento.
Não! Não! Não!
Não fui eu quem traiu a generosidade.
A ignorância, bordada na almofada da contagem final, segura a mão do anjo clandestino erguendo um ronco para anunciar o prognóstico dos dias que nunca mais conseguirei abraçar. Já só sobra o cheiro do sonho prometido.
A porta está aberta. Mas o pesadelo dorme no infinito tempo dos perdedores. Não posso sentar-me e simplesmente esperar.
Na varanda dos ocasos desfila o ramalhete da agonia a caminho do vale do silêncio habitado pela crueldade infligida.
,2024Set03_Vila Chã _aNTÓNIODEmIRANDA
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NADA É SIMPLES NESTA ILUSÃO
Para quem atravessa a vida com o tímido passo
na espera do comboio dos sonhos do oásis.
Onde dormirei esta noite perguntou
a estrela desencantada
à traição do serpenteado emplumado.
à traição do serpenteado emplumado.
Acamparás onde o luar das noites secretas te acomodar.
E o relento vadio velará a alcofa do teu fado.
Alguém escreveu que o cemitério é o descanso da vida.
Agora todos os caminhos traíram a escada do paraíso.
Há um falar que recusa ouvir a colecção dos fracassos para desculpar o rosário de dramas.
Despejados na cama dos abraços desalmados, nós desavindos toldam o adormecer.
Nada é simples nesta ilusão.
,2024Set_Vila Chã _aNTÓNIODEmIRANDA
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quarta-feira, 16 de outubro de 2024
ALGUMAS VEZES ACONTECES
...
Mas
só
consigo
ler
histórias
da tua
ausência
,2022Out_aNTÓNIODEmIRANDA
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VOZ DE VIOLONCELO
Dizias naquela voz
de violoncelo
podes
comer
-
me
sempre que quiseres.
Mas,
tinhas
nos beijos
a promessa
que a vida
tem de ser
+
do que isto.
Sonhavas que não sentias medo de morrer
porque tinhas a certeza que os meus braços
esperariam por ti.
Está tanto frio
neste caixão.
de violoncelo
podes
comer
-
me
sempre que quiseres.
Mas,
tinhas
nos beijos
a promessa
que a vida
tem de ser
+
do que isto.
Sonhavas que não sentias medo de morrer
porque tinhas a certeza que os meus braços
esperariam por ti.
Está tanto frio
neste caixão.
2018Nov_aNTÓNIODEmIRANDA
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ALUGAM-SE QUARTOS (Nazaré)
O poeta,
descansa o olhar no cachimbo,
e folheia entre os dedos memórias sem alta definição.
Ata as palavras para que não fujam da algibeira,
sossegando-as com o fumo que disfarça a fraqueza.
Desenha na ampulheta momentos que não quer esquecer.
Veste o pijama ao mar,
aquece a areia na espuma do peito,
e volta e meia, desaparece sem ninguém dar por isso.
Lá, naquele sítio,
onde se atiram pedras à sorte,
cães curiosos brincam à cabra-cega,
no calor da luz do farol.
A noite vai caindo,
agasalhada no sobretudo do nevoeiro.
Alugam-se quartos.
A lua sorri matreiramente.
descansa o olhar no cachimbo,
e folheia entre os dedos memórias sem alta definição.
Ata as palavras para que não fujam da algibeira,
sossegando-as com o fumo que disfarça a fraqueza.
Desenha na ampulheta momentos que não quer esquecer.
Veste o pijama ao mar,
aquece a areia na espuma do peito,
e volta e meia, desaparece sem ninguém dar por isso.
Lá, naquele sítio,
onde se atiram pedras à sorte,
cães curiosos brincam à cabra-cega,
no calor da luz do farol.
A noite vai caindo,
agasalhada no sobretudo do nevoeiro.
Alugam-se quartos.
A lua sorri matreiramente.
2018Out_aNTÓNIODEmIRANDA
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terça-feira, 15 de outubro de 2024
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
FADO DA CHUNGARIA
Se uma gaivota cagasse
na cabeça do Presidente
talvez o povo acordasse
num presente menos indecente
na cabeça do Presidente
talvez o povo acordasse
num presente menos indecente
Que perfeito pontapé
o Primeiro levaria
neste momento sem fé
perante tanta chungaria
Quanta plena satisfação
aquele acto nos traria
minha gente está na hora
de mandá-los pregar para outra freguesia
,2024Out_aNTÓNIODEmIRANDA
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Paulo Leminski, do livro “Polonaises”.
Um dia
a gente ia ser homero
a obra nada menos que uma ilíada
depois
a barra pesando
dava pra ser aí um rimbaud
um ungaretti um fernando pessoa qualquer
um lorca um éluard um ginsberg
por fim
acabamos o pequeno poeta de província
que sempre fomos
por trás de tantas máscaras
que o tempo tratou como a flores.
a gente ia ser homero
a obra nada menos que uma ilíada
depois
a barra pesando
dava pra ser aí um rimbaud
um ungaretti um fernando pessoa qualquer
um lorca um éluard um ginsberg
por fim
acabamos o pequeno poeta de província
que sempre fomos
por trás de tantas máscaras
que o tempo tratou como a flores.
COISA MAIS LINDA QUE DEUS NUM INUSITADO MOMENTO DE INTROSPECÇÃO DESPACHOU PARA O INFERNO
Vou indo.
Correndo sem pressa,
num aperto leve entregue por um estafeta
Correndo sem pressa,
num aperto leve entregue por um estafeta
desesperadamente à procura de uma epístola acolhedora.
Sonho não previsto,
promessa de amor enfeitiçada nos braços imaginados.
Indo por aí,
disfarçando o cansaço,
risco todos os nomes do abandono.
Aqui, a tentar colorir o céu,
procuro memórias nos poemas
que por falta de ousadia,
não consegui escrever.
Sim!
Por vezes sou um percalço no embrulhar
do presente que quero esquecer.
Carrego as contas do desalento
agarradas a este andar.
Vou indo por aí.
Devagar, que a vontade não tem pressa.
E no olhar com que me vêem,
aqueço na colher dos desejos proibidos,
a espera da felicidade mentirosa.
Vou indo por aí.
Acariciando rugas com o pesar de todas as ausências.
Anda triste a estrela atrevida.
Não beija as sombras,
nem escreve no arco-íris
o segredo que tem para mim.
Continua difícil o caminho.
Vou indo...
devagar, amaciando recordações,
desfolhando angústias nos dias deste Outono
cada vez menos acontecidos.
Vou indo por aí.
À procura da porta dourada
do crepúsculo da minha realidade.
Aguardo nervosamente as melhoras da esperança.
Preocupado com a mísera cotação
na bolsa das boas intenções,
desprezo a intuição que duvida da minha certeza.
Sonho não previsto,
promessa de amor enfeitiçada nos braços imaginados.
Indo por aí,
disfarçando o cansaço,
risco todos os nomes do abandono.
Aqui, a tentar colorir o céu,
procuro memórias nos poemas
que por falta de ousadia,
não consegui escrever.
Sim!
Por vezes sou um percalço no embrulhar
do presente que quero esquecer.
Carrego as contas do desalento
agarradas a este andar.
Vou indo por aí.
Devagar, que a vontade não tem pressa.
E no olhar com que me vêem,
aqueço na colher dos desejos proibidos,
a espera da felicidade mentirosa.
Vou indo por aí.
Acariciando rugas com o pesar de todas as ausências.
Anda triste a estrela atrevida.
Não beija as sombras,
nem escreve no arco-íris
o segredo que tem para mim.
Continua difícil o caminho.
Vou indo...
devagar, amaciando recordações,
desfolhando angústias nos dias deste Outono
cada vez menos acontecidos.
Vou indo por aí.
À procura da porta dourada
do crepúsculo da minha realidade.
Aguardo nervosamente as melhoras da esperança.
Preocupado com a mísera cotação
na bolsa das boas intenções,
desprezo a intuição que duvida da minha certeza.
,2021Outubro_aNTÓNIODEmIRANDA
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