Luís França
6 de Agosto ·
Poucas cidades no mundo (se é que há alguma) têm a sorte de ter uma livraria como a Poesia Incompleta, dedicada exclusivamente a poesia. Isso devemos ao seu extraordinário livreiro, Mário Guerra, que o faz há anos e anos para nosso benefício (e desgraça dele, que ninguém vive de poesia em Portugal).
Depois de anos no Principe Real, mudou-se para o Rio de Janeiro levando consigo essa livraria, talvez por ser essa a forma que ele arranjou para respirar. Há uns anos, voltou para Lisboa, mais uma vez, de livraria às costas, e instalou-se na Lapa, na Rua de São Ciro, onde permanece até hoje.
Ir à Poesia Incompleta é parar por umas horas e ousar viver uma utopia. O desmesurado sentido de humor e o vastíssimo conhecimento do Mário, fazem de uma visita à Poesia Incompleta um momento inesquecível (ou Inês Quecível, como ele gosta de dizer) de descoberta e gargalhada. Sem que se esteja à espera, o Mário diz de cor um poema que responde exactamente ao que estávamos a perguntar.
A isto se somam as leituras que o Mário faz regularmente no seu micropalco (designação dele). Ele é o mais empolgante leitor de poesia que conheço. Nas suas leituras, as palavras ganham todos os sentidos que por vezes nos escapam na nossa leitura. Muitas vezes, conheci verdadeiramente, pela voz do Mário, poemas que já tinha lido.
Hoje mesmo, ele fará uma leitura de poemas de Alexandre O’Neill e estou em pulgas para ouvir outra vez alguns dos poemas que só conheci pela voz dele.
Este tipo de sonhos tornados realidade precisam de nós para continuarem a existir. Caso contrário, arriscamos ver-nos reduzidos a supermercados do livro, onde quem vende sabe pouco mais que ler a etiqueta do preço.
Por isso, visitem a Poesia Incompleta, sigam-na nas redes sociais e usufruam do privilégio que é poder jogar uma conversa fora com o Mário. E se não puderem lá ir, porque estão longe ou ocupados, tenham essa conversa por mail ou por carta e peçam os livros que querem e ele envia-os pelo correio.
Algumas utopias, como esta, podem ser reais. Mas para isso, precisam que nós mostremos o quão importantes são para nós.
Rua de São Ciro, 26, em Lisboa
Aberta de terça a domingo, entre as 11h e as 19.49h
https://www.facebook.com/profile.php?id=100063489553101
https://www.instagram.com/livraria.poesia.incompleta/
https://twitter.com/LIncompleta
https://poesia-incompleta.blogspot.com/?m=1
(Fotos de Filipe Amorim e ?)
6 de Agosto ·
Poucas cidades no mundo (se é que há alguma) têm a sorte de ter uma livraria como a Poesia Incompleta, dedicada exclusivamente a poesia. Isso devemos ao seu extraordinário livreiro, Mário Guerra, que o faz há anos e anos para nosso benefício (e desgraça dele, que ninguém vive de poesia em Portugal).
Depois de anos no Principe Real, mudou-se para o Rio de Janeiro levando consigo essa livraria, talvez por ser essa a forma que ele arranjou para respirar. Há uns anos, voltou para Lisboa, mais uma vez, de livraria às costas, e instalou-se na Lapa, na Rua de São Ciro, onde permanece até hoje.
Ir à Poesia Incompleta é parar por umas horas e ousar viver uma utopia. O desmesurado sentido de humor e o vastíssimo conhecimento do Mário, fazem de uma visita à Poesia Incompleta um momento inesquecível (ou Inês Quecível, como ele gosta de dizer) de descoberta e gargalhada. Sem que se esteja à espera, o Mário diz de cor um poema que responde exactamente ao que estávamos a perguntar.
A isto se somam as leituras que o Mário faz regularmente no seu micropalco (designação dele). Ele é o mais empolgante leitor de poesia que conheço. Nas suas leituras, as palavras ganham todos os sentidos que por vezes nos escapam na nossa leitura. Muitas vezes, conheci verdadeiramente, pela voz do Mário, poemas que já tinha lido.
Hoje mesmo, ele fará uma leitura de poemas de Alexandre O’Neill e estou em pulgas para ouvir outra vez alguns dos poemas que só conheci pela voz dele.
Este tipo de sonhos tornados realidade precisam de nós para continuarem a existir. Caso contrário, arriscamos ver-nos reduzidos a supermercados do livro, onde quem vende sabe pouco mais que ler a etiqueta do preço.
Por isso, visitem a Poesia Incompleta, sigam-na nas redes sociais e usufruam do privilégio que é poder jogar uma conversa fora com o Mário. E se não puderem lá ir, porque estão longe ou ocupados, tenham essa conversa por mail ou por carta e peçam os livros que querem e ele envia-os pelo correio.
Algumas utopias, como esta, podem ser reais. Mas para isso, precisam que nós mostremos o quão importantes são para nós.
Rua de São Ciro, 26, em Lisboa
Aberta de terça a domingo, entre as 11h e as 19.49h
https://www.facebook.com/profile.php?id=100063489553101
https://www.instagram.com/livraria.poesia.incompleta/
https://twitter.com/LIncompleta
https://poesia-incompleta.blogspot.com/?m=1
(Fotos de Filipe Amorim e ?)
Sem comentários:
Enviar um comentário