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quarta-feira, 19 de março de 2025

DEPOIS DISSO...

 

O mundo continua a ser um problema.

Depois disso, um leque de sons balbucia entre os dedos o silêncio trovejante desenhado numa tela em câmara fotográfica.

Depois disso, um voo de parasitas tingiu de sangue a carência da humanidade.

Depois disso, a modéstia quase cruel, enlouqueceu no hospício da inocência, como se fosse uma tarefa angustiante.

Depois disso, a espera permaneceu inalcançável relegando o convite para a viagem das boas memórias.

Depois disso, o simulador de contentamentos adequados às necessidades, presenteou o gestor de fracassos com cândidos traumatismos, afamados coordenadores de afinidades alheias.

Depois disso, técnicas de engate ao virar da esquina da
inquietação, conseguiram finalmente o alvará para remodelações com prazos de entrega escrupulosamente mentidos.

Depois disso, o rio grande da penúria guarda-as-lamas da justiça, e no farol da perseverança a orquestra dos afectos, fechou as portas da 
oficina do erro.

Depois disso, os auspiciosos encantos do celibato deixaram de ser penalizados de acordo com a taxa de masturbação indexada ao acentuado aumento de tendinites.

Depois disso, calcada no conto do alfarrabista,
uma ligação preciosa anota no diário das amizades as sagradas conversas sem nome.

Depois disso, patetas que se dizem “puetas”, aparecem em homilias de copo presente perante a useira bajulação da habitual assembleia de letrados jumentos.

Depois disso, o olhar descorçoado do Poeta Camões, rasga canto a canto as palavras agora inúteis.

Depois disso, 
O mundo repetirá o mesmo erro.
Depois disso, 
Em caso de Emergência  não  ligue à Retórica mal parida.




2025_Mar18_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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