domingo, 28 de fevereiro de 2021
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
domingo, 21 de fevereiro de 2021
ASSIM FOGE O TEMPO
Por vezes deixo-me perder
no conforto do desassossego.
Lapido um coração de inox
que mente, quando me pertence,
enquanto alvejo nuvens dos dias do Outono.
Escrevo inutilidades nas folhas caídas,
sabendo que essas palavras desprezarão
todas as memórias.
Cães ladram sonhos
num vomitado abusivamente conhecido.
As pérolas libertaram-se do colar,
e o tiquetaque incomoda os silêncios da decência.
Assim foge o tempo,
embrulhado nas pistolas
de brincar.
no conforto do desassossego.
Lapido um coração de inox
que mente, quando me pertence,
enquanto alvejo nuvens dos dias do Outono.
Escrevo inutilidades nas folhas caídas,
sabendo que essas palavras desprezarão
todas as memórias.
Cães ladram sonhos
num vomitado abusivamente conhecido.
As pérolas libertaram-se do colar,
e o tiquetaque incomoda os silêncios da decência.
Assim foge o tempo,
embrulhado nas pistolas
de brincar.
,2021Fev__aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 20 de fevereiro de 2021
JÁ NÃO TENHO ESGOTO PARA TANTA MERDA
Assinalarei a minha presença
Com a ausência da disponibilidade
Para vos aturar
,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
PROIBIDO IGNORAR
Pisar o risco
Incendiar a cautela
Enlouquecer o medo
Desalinhar o sobressalto
Espantar a razão
e...
Degustar como deve ser
O fruto proibido
,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
PAUSA ACONCHEGADA
A borboleta da noite
cobre-me os olhos com beijos
de despedida.
Desejamos um até logo trapaceiro
Desejamos um até logo trapaceiro
para o encontro na enxerga mais próxima.
Serás sempre a minha rainha,
Serás sempre a minha rainha,
penso eu, neste copo de Bourbon.
Não me abandones,
canta o sonho enquanto procura
Não me abandones,
canta o sonho enquanto procura
uma pausa aconchegada.
,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
CARÊNCIA DISFARÇADA
Tínhamos longas conversas
naquele quarto das paredes mudas.
Escrevemos nos lençóis poemas patéticos,
Escrevemos nos lençóis poemas patéticos,
como se o mundo acabasse naquele esconderijo.
Fingimos a ousadia dos amantes atrevidos, embrenhados na volúpia de uma nota de 100€.
O que falamos não passou de uma treta sem combinação possível.
Trocamos malícias num trapézio decadente.
Cada um no seu elevador.
Como sempre,
disfarçamos a carência.
Continua ausente a rua
Fingimos a ousadia dos amantes atrevidos, embrenhados na volúpia de uma nota de 100€.
O que falamos não passou de uma treta sem combinação possível.
Trocamos malícias num trapézio decadente.
Cada um no seu elevador.
Como sempre,
disfarçamos a carência.
Continua ausente a rua
do encontro que fingimos prometer.
,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
VOZES DE BURRO CHEGARAM AO CÉU
Fora da minha cabeça há um circo que entretém a estupidez. Na bancada dos náufragos adoptados, uma onda de risos sem nexo, oferecida por palhaços alegremente vestidos com lantejoulas estagnadas nas filas do desemprego.
Fora da minha cabeça há um mundo panado com goma-arábica, um bailado de conveniências embutidas em mentiras, gráficos que já nada conseguem disfarçar, estatísticas moldadas num gourmet desesperado.
Não cabe na minha cabeça o rol de dependentes do Futuro Empenhado.
Vozes de burro chegaram ao céu.
,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
MANIAS DE PROFETA
Poderei não ser um bom discípulo,
mas,
tenho a certeza
mas,
tenho a certeza
que sou o único que
LHE vende o ópio
em fascículos abençoados.
,2020Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
NA RUA DOS PRAZERES PERDIDOS
Se de todas és a mais triste,
musa de coração enlutado,
no olhar que não viste,
mandei um beijo envergonhado.
Já o amor não te assiste,
no sorriso de ti afastado,
flor que nunca abriste,
botão triste e abandonado.
Beijo-te no amor mais finito,
no breve instante de fingir.
Cálice de dor aflito,
em ti não quero mentir.
Nada do que quis foi dito,
neste desejo para cumprir,
na rua dos prazeres perdidos.
,2017nov_aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 13 de fevereiro de 2021
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021
VOU-ME ALEIJANDO NA VIDA
Salto anos,
agarrado aos dias nesta oração nua,
cantada no verbo que já nada disfarça.
As palavras da sabedoria
As palavras da sabedoria
pedem desculpa por não conseguirem
mentir.
Eu compreendo,
Eu compreendo,
e escrevo nas rugas,
aplausos que habitam uma sombra inóspita.
A despedida quer uma tela
A despedida quer uma tela
sem enganos para remendar.
A morte,
A morte,
não me convém.
Até porque não sei
Até porque não sei
em que latrina fica o paraíso.
,2021Jan_aNTÓNIODEmIRANDA
PONTO DE VIRAGEM
Cansados, os olhos rasgaram o cenário.
A ternura abandonou a beleza,
tocada numa ária que tenta abraçar
A ternura abandonou a beleza,
tocada numa ária que tenta abraçar
o desconforto que a percorre.
Este bolor quezilento
Este bolor quezilento
nem no lixo merece estar.
Todos me observam enquanto fogem
Todos me observam enquanto fogem
do lugar onde me escondo.
Fui jovem e tudo fiz para
Fui jovem e tudo fiz para
não ter desperdiçado esse tempo.
Agora que prego longos sorrisos
Agora que prego longos sorrisos
neste dueto de futuros improvisos,
repouso na cadeira da nostalgia,
repouso na cadeira da nostalgia,
agradecendo a simpatia
de nunca esquecer a tua lembrança.
Estou fora da linha,
diz o arbítrio batoteiro.
Desliguem a máquina.
Rasguem os prognósticos.
de nunca esquecer a tua lembrança.
Estou fora da linha,
diz o arbítrio batoteiro.
Desliguem a máquina.
Rasguem os prognósticos.
,2021Jan_aNTÓNIODEmIRANDA
NOSSA DAMA DA INQUIETAÇÃO
Saem-me caro as bebedeiras da mentira
engarrafada na adega da poesia.
Prometeram tantas histórias,
mas sempre soube que nem todo o brilho
engarrafada na adega da poesia.
Prometeram tantas histórias,
mas sempre soube que nem todo o brilho
me leva à estrela.
Pobre caminho este,
Pobre caminho este,
que conspurca sombras.
Nem me interessa saber como estou.
Está a chegar a colheita dos dias menores
Nem me interessa saber como estou.
Está a chegar a colheita dos dias menores
para me entregar horas de euforia.
Correr nos dias que morrem,
Correr nos dias que morrem,
é um acto de coragem.
O resto, são divagações
O resto, são divagações
entregues em domicílios trocados.
Arrasto memórias até ao outro de mim.
Há quem diga que o sol
Arrasto memórias até ao outro de mim.
Há quem diga que o sol
se levanta todas as manhãs.
Nem por isso lhe gabo a teimosia.
Que alguém lhe mostre a janela
Nem por isso lhe gabo a teimosia.
Que alguém lhe mostre a janela
da minha inquietação.
Os deuses não têm culpa de alguém
ter a necessidade da sua patética existência.
ter a necessidade da sua patética existência.
,2021Jan_aNTÓNIODEmIRANDA
NADA MAIS IMPORTA
Não sofreremos o golpe da mesma lâmina,
nunca verteremos um sangue comum,
nem a manta que o céu deixou cair,
abafará esta solidão que magoa os ossos.
Iremos de mãos dadas na pedra ferida,
Iremos de mãos dadas na pedra ferida,
tropeçar nas agruras da podridão.
Nesta tenda não há milagres!
Somente lágrimas
Nesta tenda não há milagres!
Somente lágrimas
para cozinhar o aconchego possível,
daqueles que nasceram
no lado errado da vida anunciada.
A esperança jaz naquela enfermaria
A esperança jaz naquela enfermaria
sem camas para se lembrar.
Uma cadeira de rodas
Uma cadeira de rodas
aguarda pacientemente
que lhe mudem o destino.
,2021Jan_aNTÓNIODEmIRANDA
EVIDÊNCIA PERFEITAMENTE DISPENSÁVEL
Julgamo-nos espertos no meio dos burros.
É assim que se mantém a cretinice.
,2021Jan_aNTÓNIODEmIRANDA
COVAITE (69)
Então dizia ela assim:
Já tenho saudades dos nossos grandes
Linguados!
Já tenho saudades dos nossos grandes
Linguados!
Pois…Pois…
Mas olha que este
Chouriço
Também não é nada
Mau!
Mas olha que este
Chouriço
Também não é nada
Mau!
,2021Jan_aNTÓNIODEmIRANDA
CANÇÃO AMIGA
Porque não mata o peito
este amor que não tem fim?
este amor que não tem fim?
Paixão violenta
escrita na ansiedade
desta vida que morre lenta
nos latejos da idade.
escrita na ansiedade
desta vida que morre lenta
nos latejos da idade.
Alegria minha que fugiste
deixaste no regaço
o travo amargo da saudade.
deixaste no regaço
o travo amargo da saudade.
Canção amiga
que me anima a alma
choro contigo o que de mim resta
neste sossego que me desalma.
que me anima a alma
choro contigo o que de mim resta
neste sossego que me desalma.
,2021Jan__aNTÓNIODEmIRANDA
AUTO DESTRUIÇÃO PREVENTIVA
É o tempo de catar medos,
colar sombras nos muros proibidos,
copiar sonhos,
colorir o passado com toques suaves de ilusão.
Esperas da fome agitam
a comodidade fingidamente indignada.
Porque não
distrair a realidade com golpes
colar sombras nos muros proibidos,
copiar sonhos,
colorir o passado com toques suaves de ilusão.
Esperas da fome agitam
a comodidade fingidamente indignada.
Porque não
distrair a realidade com golpes
pantomimeiros?
,2021Jan_01_aNTÓNIODEmIRANDA
A MEMÓRIA DO TEMPO
É difícil escrever com lágrimas que fogem das mãos.
São as que embrulham
a memória do tempo
sem dias para gastar.
,2021Jan_aNTÓNIODEmIRANDA
2020 BLUES PARA UM PESADELO
O céu caiu-me em cima.
Fartou-se da realidade dos sonhos copiados.
Sei que nunca escutarás o lamento que rabisco na mentirosa expectativa que me escreves.
Sou um gajo solitário,
agarrado aos ombros das palavras sem importância.
Sei o encontro que me espera neste agora das luas manhosas.
Não me pertence este futuro não dignificante.
Digo-te adeus,31 de todas as misérias.
,2021Jan_01_aNTÓNIODEmIRANDA
Subscrever:
Mensagens (Atom)
