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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
ALGUMA DA MINHA SIMPATIA
Seria importante, que o essencial não constasse no constrangimento da nossa necessidade.
Amar o próximo como aquele que nos fodeu, celebrar aniversários com velas competentemente mentirosas, explodir o bolo sem danos anais, depositar nas sanitas solenes gases latrinógenicos, bater palmas na higiene íntima do bidé, agradecer ao entregador de publicidade, não ter interrompido a reunião matinal do escoamento da 1ª urina, congratularmo-nos pela ausência do toque de campainha do zeloso carteiro, e não ser acordado pelo convite da vizinha, que teimosamente admite que eu gosto das suas rabanadas de pão bimbo, untadas com o mel, que os seus cunhados, gente de não tenra idade, fazem com muito custo.
Viver, é também às vezes,
Amar o próximo como aquele que nos fodeu, celebrar aniversários com velas competentemente mentirosas, explodir o bolo sem danos anais, depositar nas sanitas solenes gases latrinógenicos, bater palmas na higiene íntima do bidé, agradecer ao entregador de publicidade, não ter interrompido a reunião matinal do escoamento da 1ª urina, congratularmo-nos pela ausência do toque de campainha do zeloso carteiro, e não ser acordado pelo convite da vizinha, que teimosamente admite que eu gosto das suas rabanadas de pão bimbo, untadas com o mel, que os seus cunhados, gente de não tenra idade, fazem com muito custo.
Viver, é também às vezes,
um acto não apetecível.
E a puta de alguma da minha simpatia,
E a puta de alguma da minha simpatia,
tem este preço.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
AUSENTE DE MIM
Fecho os olhos
Para a noite que sempre acaba
Olho-me num rio
E imagino-me barco sem cais
E se as ondas batessem em mim
Ou se eu fosse areia sempre molhada
Mesmo com sabor a sal ?
Não sei se estou cansado
Ou ansiosamente procuro o cansaço.
Sorrio a mim próprio
Mirando-me num espelho de uma só face
O outro lado sou eu
& a minha completa desilusão .
Volto atrás ! Caminho em frente
Com a pressa traiçoeira do sabor vazio.
Tento só o que quero
Nem sequer o possível.
Espero no desespero
O tempo do desalento
O desejo adiado. E consumo
Cenários de mera conveniência
& suicido-me em ficções
& morro as vezes que não quero
& desejo não desejar
& choro lágrimas anónimas
& estou bem onde não posso estar
& estou não sou fui sou
Ausente de mim
96.abr.18_aNTÓNIODEmIRANDA
Para a noite que sempre acaba
Olho-me num rio
E imagino-me barco sem cais
E se as ondas batessem em mim
Ou se eu fosse areia sempre molhada
Mesmo com sabor a sal ?
Não sei se estou cansado
Ou ansiosamente procuro o cansaço.
Sorrio a mim próprio
Mirando-me num espelho de uma só face
O outro lado sou eu
& a minha completa desilusão .
Volto atrás ! Caminho em frente
Com a pressa traiçoeira do sabor vazio.
Tento só o que quero
Nem sequer o possível.
Espero no desespero
O tempo do desalento
O desejo adiado. E consumo
Cenários de mera conveniência
& suicido-me em ficções
& morro as vezes que não quero
& desejo não desejar
& choro lágrimas anónimas
& estou bem onde não posso estar
& estou não sou fui sou
Ausente de mim
96.abr.18_aNTÓNIODEmIRANDA
domingo, 18 de fevereiro de 2018
A...
A = Nascido para ser inteligente
A : É um executivo
A : Bem composto | Melhor parecido
A : Tem o ar de quem só mente.
A : Tem suite no hotel,
onde gosta que lhe rasguem os collants.
A : Tem a mulher
A : É um executivo
A : Bem composto | Melhor parecido
A : Tem o ar de quem só mente.
A : Tem suite no hotel,
onde gosta que lhe rasguem os collants.
A : Tem a mulher
que passa as tardes nos divãs..
A : Vai á discoteca com a mulher,
mas ás vezes perde-a de vista
A : Vai á discoteca com a mulher,
mas ás vezes perde-a de vista
( deve ter ido com o motorista ),
pensa ele enquanto mete no nariz
pensa ele enquanto mete no nariz
a coca que enche a colher
A : Julga-se artista,
Igual áquilo que gostaria de ser.
A : Recebe o olhar :
mais uma conquista.
A : Julga-se artista,
Igual áquilo que gostaria de ser.
A : Recebe o olhar :
mais uma conquista.
Sente calor,
porque não no wc ?
Encontro previamente marcado
( aqui ninguém nos vê ).
A : É enrabado.
Claro que gosta
Mas como sempre,
convém não dizer.
A : Liga para o motorista :
Encha o depósito
Leve-a para a casa da praia
Faça o habitual :
Foda-a sem eu saber.
A : De repente
Sente no corpo
As ondas do medo.
Com tanta tecnologia
Poderá um dia
A sua hipotética filha
Tal como o mundo,
Descobrir o seu segredo.
A = Normalmente Imbecil !
A = Objectivamente Cretino !.2014aNTÓNIODEmIRANDA
porque não no wc ?
Encontro previamente marcado
( aqui ninguém nos vê ).
A : É enrabado.
Claro que gosta
Mas como sempre,
convém não dizer.
A : Liga para o motorista :
Encha o depósito
Leve-a para a casa da praia
Faça o habitual :
Foda-a sem eu saber.
A : De repente
Sente no corpo
As ondas do medo.
Com tanta tecnologia
Poderá um dia
A sua hipotética filha
Tal como o mundo,
Descobrir o seu segredo.
A = Normalmente Imbecil !
A = Objectivamente Cretino !.2014aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 17 de fevereiro de 2018
POESIA VADIA_8FEV2018_ATELIER ABERTO_SEC`ADEGAS_PAULA MONTEZ_MANUELA LEITÃO
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018
LISTA DE ESPERA
Folhas caídas eram a pele que lhe vestia os sonhos. Asas floridas da poesia possível, eram histórias contadas pelos anjos que descansavam o seu deitar. Na almofada dos livros que lhe amparavam as lágrimas, tingia o desejo num preto suave. Esticava o abraço naquele horizonte onde as estrelas choram. Com um molho de alecrim, imaginava quentes arco-íris, temperados com sorrisos de arlequim.
Alguém morreu.
Outros irão partir.
Agora só queria fugir da lista de espera.
Folhas caídas.
Alguém morreu.
Outros irão partir.
Agora só queria fugir da lista de espera.
Folhas caídas.
Há muito que estava escrito o seu ocasional epitáfio. Ninguém corre com o destino.
Contudo,
seria importante que certas ideias,
não fossem levadas tanto a sério.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
Contudo,
seria importante que certas ideias,
não fossem levadas tanto a sério.
TESTAMENTO VITAL
Não prestas para nada!
Pensou que nada disto lhe dizia respeito.
Encostado na penúria, avaliou seriamente a hipótese de embebedar a inveja, com uma dose de estricnina efectivamente eficaz. Mas os bons remédios estão caros, dizem até, tão onerosos como o preço da hora da morte. Se é mesmo assim, obrigo-me a repensar a lista daqueles que quero que morram. Claro que os filhos da puta, não estão em causa. Acautelei atempadamente um pé de forca, só aplicável nestas situações. Para mais esclarecimentos, agradeço contactem o meu advogado.
Se tal não conseguirem,
Pensou que nada disto lhe dizia respeito.
Encostado na penúria, avaliou seriamente a hipótese de embebedar a inveja, com uma dose de estricnina efectivamente eficaz. Mas os bons remédios estão caros, dizem até, tão onerosos como o preço da hora da morte. Se é mesmo assim, obrigo-me a repensar a lista daqueles que quero que morram. Claro que os filhos da puta, não estão em causa. Acautelei atempadamente um pé de forca, só aplicável nestas situações. Para mais esclarecimentos, agradeço contactem o meu advogado.
Se tal não conseguirem,
é porque está na lista.
Por hoje é tudo.
Saúdo-vos com um breve até amanhã.
Por hoje é tudo.
Saúdo-vos com um breve até amanhã.
FALAREMOS SEMPRE QUE NOS APETECER
Tenho horas que me confortam, neste luar atrevido, com o bebop sagrado do senhor Dizzy Gillespie, que abençoa o tempo que me ocupa.
Sento-me na velha cadeira, ao lado de discos tão usados, como a minha memória.
E nesta esperança dos dias felizes, atrevo-me a pensar, que o futuro não passa de uma ideia infame.
Acendo o cigarro com um ritual habilmente repetido, alongo o sabor do vinho, e desenho uma estrada com pensamentos nada higiénicos.
A vida é assim, ou talvez não, diz-me o sorriso da gaivota perdida no bordado de um voo sem destino.
E neste frio de um inverno ensonado, aqueço o desejo com longas conversas, pintadas na tela, por um artista sem mais nada para colorir.
Corro o estore cansado pela insistência dos olhares que não compreendo.
Temos agora, a luz que nos permite ousar outras cores.
Suavemente decoramos o vulcão, e vestimos novelos de amizade, não vá o diabo tecê-los.
Falaremos sempre que nos apetecer, do amanhecer pintalgado, daquele dia sem pressa para aparecer.
Sento-me na velha cadeira, ao lado de discos tão usados, como a minha memória.
E nesta esperança dos dias felizes, atrevo-me a pensar, que o futuro não passa de uma ideia infame.
Acendo o cigarro com um ritual habilmente repetido, alongo o sabor do vinho, e desenho uma estrada com pensamentos nada higiénicos.
A vida é assim, ou talvez não, diz-me o sorriso da gaivota perdida no bordado de um voo sem destino.
E neste frio de um inverno ensonado, aqueço o desejo com longas conversas, pintadas na tela, por um artista sem mais nada para colorir.
Corro o estore cansado pela insistência dos olhares que não compreendo.
Temos agora, a luz que nos permite ousar outras cores.
Suavemente decoramos o vulcão, e vestimos novelos de amizade, não vá o diabo tecê-los.
Falaremos sempre que nos apetecer, do amanhecer pintalgado, daquele dia sem pressa para aparecer.
PARA QUEM QUER SER FELIZ E NÃO SE LEMBRA
Para quem quer ser feliz e não se lembra,
o manual de instruções para a utilização da imaginação ausente, não funciona.
A felicidade é muitas vezes uma porta que abre ao contrário.
Mentem aqueles que dizem que tem um código secreto.
A felicidade, não me levem a mal, só fica bem como nome de mulher, embora em ocasiões importantes, possa ser considerada uma mola preguiçosa.
Dir-me-ão os crentes das ingenuidades dos últimos dias, que isto é uma aleivosia. Estúpida mania, desculpa inábil, alicerçada na estreita impotência dos manuscritos dos amores insatisfeitos.
A felicidade nunca poderá ser incomodada por correctores pornográficos.
Bem hajam aqueles que a praticam à mão.
Até mais ver.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
o manual de instruções para a utilização da imaginação ausente, não funciona.
A felicidade é muitas vezes uma porta que abre ao contrário.
Mentem aqueles que dizem que tem um código secreto.
A felicidade, não me levem a mal, só fica bem como nome de mulher, embora em ocasiões importantes, possa ser considerada uma mola preguiçosa.
Dir-me-ão os crentes das ingenuidades dos últimos dias, que isto é uma aleivosia. Estúpida mania, desculpa inábil, alicerçada na estreita impotência dos manuscritos dos amores insatisfeitos.
A felicidade nunca poderá ser incomodada por correctores pornográficos.
Bem hajam aqueles que a praticam à mão.
Até mais ver.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
A MAIS INSIGNIFICANTE UTOPIA
Não sei do que falam,
quando afirmam que existe um lugar,
onde mais tarde,
nos iremos encontrar.
Mentiras tontas,
não têm a classe da mais insignificante
utopia.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
quando afirmam que existe um lugar,
onde mais tarde,
nos iremos encontrar.
Mentiras tontas,
não têm a classe da mais insignificante
utopia.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
NÃO PRETENDO O DESEJO POSSÍVEL
Não pretendo o desejo possível.
Isso é estupidamente normal.
Fico-me pelos sonhos
que não irão incomodar
o
meu
sono.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
Isso é estupidamente normal.
Fico-me pelos sonhos
que não irão incomodar
o
meu
sono.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
NUNCA ME CANSO DE MIM
Nunca me canso de mim.
Só me aborreço com os personagens
que julgam que me pertencem.
Continuo a não renegar o passado.
É certo, que muitas vezes,
não lhe dou grande importância.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
Só me aborreço com os personagens
que julgam que me pertencem.
Continuo a não renegar o passado.
É certo, que muitas vezes,
não lhe dou grande importância.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
JÁ DIZIA O VELHO HERODES
- Se bebes para esquecer,
- Quem paga o que deve,
- Deitar cedo e cedo erguer
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
VELOCIDADE
Dizem-me que sou distante.
Continuo a pensar,
que é uma questão de
velocidade.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
Continuo a pensar,
que é uma questão de
velocidade.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
MAS NÃO TE ESQUEÇAS
Ergue-te sempre que possível.
Mas não te esqueças,
que o importante é
não cair.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
Mas não te esqueças,
que o importante é
não cair.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
A DANÇA DA OUSADIA
Não tenham piedade da minha miséria,
exposta no labirinto das promoções,
onde a minha presença é considerada
persona non grata.
Mostrai antes misericórdia por vós,
e desse umbigo gordurento
que vos esconde a digna condição.
Levantai esse olhar entupido,
e de uma vez por todas,
toquem a realidade que ignorais.
Há passos que contam histórias,
alguns sorrisos que embelezam o céu,
malgrado a crueldade de todos os vossos caminhos.
Ouçam como respira a verdadeira beleza,
a dança da ousadia,
e as gargalhadas sem o estúpido sabor
da ingratidão.
Não tenham medo.
Isto por vezes ainda é possível.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
exposta no labirinto das promoções,
onde a minha presença é considerada
persona non grata.
Mostrai antes misericórdia por vós,
e desse umbigo gordurento
que vos esconde a digna condição.
Levantai esse olhar entupido,
e de uma vez por todas,
toquem a realidade que ignorais.
Há passos que contam histórias,
alguns sorrisos que embelezam o céu,
malgrado a crueldade de todos os vossos caminhos.
Ouçam como respira a verdadeira beleza,
a dança da ousadia,
e as gargalhadas sem o estúpido sabor
da ingratidão.
Não tenham medo.
Isto por vezes ainda é possível.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
SOZINHO NA AUTO-ESTRADA (da série # a montanha pariu um porco#)
Sozinho na auto-estrada,
triste e abandonado,
lagarto mal amado.
Mulher querida,
cama aquecida,
amor do meu coração.
Aviso-te quando estiver a chegar.
Peço-te que desta vez,
não te esqueças de lhe lembrar,
para não levar o meu roupão.
2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
triste e abandonado,
lagarto mal amado.
Mulher querida,
cama aquecida,
amor do meu coração.
Aviso-te quando estiver a chegar.
Peço-te que desta vez,
não te esqueças de lhe lembrar,
para não levar o meu roupão.
2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
domingo, 11 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
AS HORAS DOURADAS
Não tenho medo dos caminhos novos, aqueles que afinal tiram a casca dos dias bolorentos.
Anseio a novidade com marés de suaves tons do vermelho das sementes de romã.
Começo neste sol, todos os abraços que ofereço ao mundo, mesmo que o mundo que me desgraça, não seja o lugar que pretendo.
Ficámos os dois apertados num umbigo mentiroso, que teimosamente pinta uma cor, que cada vez nos separa mais.
Sentados neste banco sem jardim, avivámos angústias bordadas em ponto-morto.
Claro que seria muito melhor, que o amor que nos ignora, pudesse pelo menos, olhar com a última ternura, a flor que há tanto tempo temos para lhe oferecer.
Mas há tarefas demasiadamente compridas, e a nossa esperança, é agora, uma hipótese seriamente comprometida.
Amamo-nos esporadicamente, mas mesmo assim, nunca em vão.
Deixo-te um até logo, alinhavado sem qualquer promessa que não nos respeite.
E se é verdade que os dias passam, compete-nos dourar as horas que os fizeram felizes.
Um sonho, mesmo não lembrado, poderá ter sido uma probabilidade engraçada.
Anseio a novidade com marés de suaves tons do vermelho das sementes de romã.
Começo neste sol, todos os abraços que ofereço ao mundo, mesmo que o mundo que me desgraça, não seja o lugar que pretendo.
Ficámos os dois apertados num umbigo mentiroso, que teimosamente pinta uma cor, que cada vez nos separa mais.
Sentados neste banco sem jardim, avivámos angústias bordadas em ponto-morto.
Claro que seria muito melhor, que o amor que nos ignora, pudesse pelo menos, olhar com a última ternura, a flor que há tanto tempo temos para lhe oferecer.
Mas há tarefas demasiadamente compridas, e a nossa esperança, é agora, uma hipótese seriamente comprometida.
Amamo-nos esporadicamente, mas mesmo assim, nunca em vão.
Deixo-te um até logo, alinhavado sem qualquer promessa que não nos respeite.
E se é verdade que os dias passam, compete-nos dourar as horas que os fizeram felizes.
Um sonho, mesmo não lembrado, poderá ter sido uma probabilidade engraçada.
,2018Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
BLOW WIND BLOW. BLOW BACK MY FRIEND TO ME
Gosto sempre de ti!
Que mais poderei dizer,
Quando só consigo escrever...
Até Logo?
As coisas, aquelas que ainda são importantes,
Por vezes não me transmitem muita tranquilidade.
Claro que sei que os anos vão enchendo um vazio que começa a preocupar-me.
Talvez sejam coisas próprias da tristeza que não há muito tempo, julgava não caber em mim.
Pendurar poemas e passar palavras a ferro com a devida delicadeza, não deixará nunca de ser uma solução temporária. Outros dias vão amanhecer com noites de escuros diferentes que nos irão soletrar palavras que julgávamos esquecidas. Mas mesmo sabendo alguma coisa da não felicidade, tentamos à nossa maneira encontrar presentes para embelezar o passe social. Tenho o chão a fugir, e escrevo com um pau de giz, na mais cruel tempestade, e estou preparado para continuar a fingir que tudo não passa de uma nuvem passageira.
Mergulho num mar que não sei se é azul, e também ignoro o tipo de algodão que poderá secar as últimas lágrimas.
Não gosto do acordar com poemas que me faltam.
Blow wind blow. Blow back my friend to me.
Que mais poderei dizer,
Quando só consigo escrever...
Até Logo?
As coisas, aquelas que ainda são importantes,
Por vezes não me transmitem muita tranquilidade.
Claro que sei que os anos vão enchendo um vazio que começa a preocupar-me.
Talvez sejam coisas próprias da tristeza que não há muito tempo, julgava não caber em mim.
Pendurar poemas e passar palavras a ferro com a devida delicadeza, não deixará nunca de ser uma solução temporária. Outros dias vão amanhecer com noites de escuros diferentes que nos irão soletrar palavras que julgávamos esquecidas. Mas mesmo sabendo alguma coisa da não felicidade, tentamos à nossa maneira encontrar presentes para embelezar o passe social. Tenho o chão a fugir, e escrevo com um pau de giz, na mais cruel tempestade, e estou preparado para continuar a fingir que tudo não passa de uma nuvem passageira.
Mergulho num mar que não sei se é azul, e também ignoro o tipo de algodão que poderá secar as últimas lágrimas.
Não gosto do acordar com poemas que me faltam.
Blow wind blow. Blow back my friend to me.
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
COMO SER ANJO
Como ser anjo,
perguntou deus a Vassilikos.
Embrulhado na nuvem que lhe vestia o passeio,
Vassilis pousou a mão no seu olhar,
e entregou-lhe um desgosto com todas as palavras que até então tinha coleccionado.
Um vento pintado de vergonha,
encenou um tímido sorriso,
e soprou para longe
a inconveniência daquela voz.
Vassilis, montado nas asas da fortuna,
beijou o cachimbo, e calmamente
continuou a beber o seu Ouzo.
Adiantou o olhar.
Desta vez não chegaria atrasado à leitura dos poemas que ainda não tinha escrito.
Deus voltou ao seu covil.
Alguém lhe afiançou, que continuava a faltar uma ovelha no redil. ,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
perguntou deus a Vassilikos.
Embrulhado na nuvem que lhe vestia o passeio,
Vassilis pousou a mão no seu olhar,
e entregou-lhe um desgosto com todas as palavras que até então tinha coleccionado.
Um vento pintado de vergonha,
encenou um tímido sorriso,
e soprou para longe
a inconveniência daquela voz.
Vassilis, montado nas asas da fortuna,
beijou o cachimbo, e calmamente
continuou a beber o seu Ouzo.
Adiantou o olhar.
Desta vez não chegaria atrasado à leitura dos poemas que ainda não tinha escrito.
Deus voltou ao seu covil.
Alguém lhe afiançou, que continuava a faltar uma ovelha no redil. ,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
O ENGANO
Quase que um poema, disse abraçado à
estátua que pensava ser ele. Tinha preparado o mais eloquente discurso. Afinal, um dia não são dias, e aquele que inventou, prometia algo especial. Bruniu o bigode, ajeitou o laço, ensaiou um novo passo, tipo Fred Àstiras. Acordou desassombrado, talvez um pouco suado, mas nada que impedisse uma performance a condizer. Fingiu não estar nervoso, respirou fundo num ofegar ranhoso, prometeu não falhar, agora com tanta gente para o ver. Fechou a porta. O 1º degrau pisado com a bota direita, a vizinha à espreita, o do 2º andar intrigado de o ver tão aprumado, e o cão do rés-do-chão, sacudiu o rabo com muita satisfação. Desceu a Liberdade, cumprimentou o Carmo, sorriu para o Chiado, o Pessoa sempre ocupado, e ignorou os saldos da benetton. O homem estátua piscou o olho à espreita da moeda, mas desta vez não podia ser. Desceu a Alecrim com muita cautela. Tanta buzinadela. As luzes dos carros dos bombeiros iluminavam o arrulho dos pombos. A polícia a todo o custo, tentava acalmar os presentes. A protecção civil no directo especial, prometia que logo que possível, voltaria a normalidade. Afastou-se sorrateiramente. Que raio de confusão. Não compreendia tal alarido. Não me digam que me enganei no comprimido!
AÇAFRÃO
Disse-me com toda a convicção:
fui eu que descobri o caminho marado
para a Índia!
Sorri com dentes de açafrão:
Eu sei!
Foi por isso que fugi de lá.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
fui eu que descobri o caminho marado
para a Índia!
Sorri com dentes de açafrão:
Eu sei!
Foi por isso que fugi de lá.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
DOR DE COTOVELO
A dor de cotovelo não tem cura clínica.
Aconselho-vos
a evitá-la.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
Aconselho-vos
a evitá-la.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
O REAL SIGNIFICADO DE NÓS
De cada vez que penso,
que precisas de mim,
levas o meu pensamento
para o caminho triste.
Foges naquela corrente de nevoeiro,
enquanto eu procuro as palavras
que pretendes ouvir.
Fico assim,
como quem não sabe se vai dormir,
ou deitar o lençol.
&
enquanto o diabo esfrega a cruz,
procuro o real significado de
nós.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
que precisas de mim,
levas o meu pensamento
para o caminho triste.
Foges naquela corrente de nevoeiro,
enquanto eu procuro as palavras
que pretendes ouvir.
Fico assim,
como quem não sabe se vai dormir,
ou deitar o lençol.
&
enquanto o diabo esfrega a cruz,
procuro o real significado de
nós.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
QUANDO EU COSTUMAVA REZAR NAS LIVRARIAS
Teclando na velha máquina de escrever, no escritório bolorento, enevoando o cheiro nauseabundo das conversas imbecis, eu só esperava a pressa do relógio, para vasculhar as prateleiras das velhas livrarias. Somava o preço dos livros que gostaria de comprar, antecipava a chegada do salário, e pedia aos velhos empregados que reservassem as minhas escolhas até ao dia do receber. Diziam-me com a mão no meu ombro, estes livros só podem ser teus.
Como poderia abandonar tão grandes amigos?
Como poderia abandonar tão grandes amigos?
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
PARA QUEM PERDEU UMA COISA LINDA
Já não nos deixam correr na estrada da glória. Passos transviados, cercam esta matança integral,escrita no manual da satisfação dos dias que julgamos, nos agasalham.
Percorro a vergonha dos outros, porque tenho sempre o incómodo de mostrar que não sou igual. E a minha mais pequena diferença, é espezinhada num tribunal, que nada sabe daquilo que sou.
Deita-te a meu lado, espuma que me afaga os dias com salpicos envergonhados numa preia-mar que solfeja o meu viver. Deixa que ame a tua beleza com toda a incerteza que procuro conseguir. Estou aqui nesta chegada sem destino, neste porto escondido, a tricotar meias rotas de toda a esperança. Deita-te a meu lado, aquece este manto de tristeza, e canta-me um sonho qualquer, mesmo que não seja nossa pertença. Encosta o teu pranto ao meu, pinta de outra cor o céu, e devagar, exactamente como se fosse verdade, cheira-me a pele, com aquele olhar que tão bem sabe mentir.
Deita-te ao meu lado.
E porque não fomos a combinação perfeita, promete-me ardilosamente, que não serei acordado com o teu partir.
Deita-te ao meu lado.
A tua ausência já não me perturba.
Percorro a vergonha dos outros, porque tenho sempre o incómodo de mostrar que não sou igual. E a minha mais pequena diferença, é espezinhada num tribunal, que nada sabe daquilo que sou.
Deita-te a meu lado, espuma que me afaga os dias com salpicos envergonhados numa preia-mar que solfeja o meu viver. Deixa que ame a tua beleza com toda a incerteza que procuro conseguir. Estou aqui nesta chegada sem destino, neste porto escondido, a tricotar meias rotas de toda a esperança. Deita-te a meu lado, aquece este manto de tristeza, e canta-me um sonho qualquer, mesmo que não seja nossa pertença. Encosta o teu pranto ao meu, pinta de outra cor o céu, e devagar, exactamente como se fosse verdade, cheira-me a pele, com aquele olhar que tão bem sabe mentir.
Deita-te ao meu lado.
E porque não fomos a combinação perfeita, promete-me ardilosamente, que não serei acordado com o teu partir.
Deita-te ao meu lado.
A tua ausência já não me perturba.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
OS FADOS MAIS TRISTES
Contou-me os fados mais tristes.
Emoldurei-lhe o tédio
Com um afável desejo de boa sorte.
Para ele
&
Para os
Meus.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
Emoldurei-lhe o tédio
Com um afável desejo de boa sorte.
Para ele
&
Para os
Meus.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
IDE-VOS E NÃO VOLTEM
Não me troco por nada.
Não confio nas transacções com impostos duvidosos.
As sondagens não me iludem,
e os prognósticos reservados não elevam a minha consideração.
Mereço sempre mais.
Sou digno das ideias maiores.
Não confio nas transacções com impostos duvidosos.
As sondagens não me iludem,
e os prognósticos reservados não elevam a minha consideração.
Mereço sempre mais.
Sou digno das ideias maiores.
Nunca da merda que pretendem oferecer-me.
O optimismo é uma pele feita à medida da minha solidariedade.
Não pretendo abandonar esta convicção.
Não sou pretensioso nesta confiança adquirida.
Quem gosta, é porque sabe.
A quem não gosta, e sem a mínima leviandade, poderei dizer que tem a inteligência mal parida.
Para estes, o meu ide-vos e não voltem.
O optimismo é uma pele feita à medida da minha solidariedade.
Não pretendo abandonar esta convicção.
Não sou pretensioso nesta confiança adquirida.
Quem gosta, é porque sabe.
A quem não gosta, e sem a mínima leviandade, poderei dizer que tem a inteligência mal parida.
Para estes, o meu ide-vos e não voltem.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
O SABE TUDO
Cada um mal sabe de si!
& ainda há quem acredite,
que há um gajo que sabe de todos...
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
& ainda há quem acredite,
que há um gajo que sabe de todos...
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ATÉ PORQUE PLANTAR DÚVIDAS
Espero que o amanhã que me espera,
não continue com a ousadia de acreditar,
que é isso que me preocupa.
Tenho mais que fazer.
Até porque plantar dúvidas,
é uma árvore que não pretendo conhecer.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
não continue com a ousadia de acreditar,
que é isso que me preocupa.
Tenho mais que fazer.
Até porque plantar dúvidas,
é uma árvore que não pretendo conhecer.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
ÁRDUA TAREIA
Viver por vezes é uma árdua tareia.
Morrer,
será sempre
uma chatice
maior.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
Morrer,
será sempre
uma chatice
maior.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
O CÃO PÁPI & A SUA DONA AMESTRADA
Rosna de cada vez que me vê.
Ó pápi!
O senhor é amigo.
Traça-lhe um raspanete,
enquanto afirma que o animal
entende tudo o que lhe diz.
Cansa-me esta pretensão.
Por isso,
continuo a considerar menor,
a inconveniência do rafeiro.
,2018jan_aNTÓNIODEmIRANDA
Ó pápi!
O senhor é amigo.
Traça-lhe um raspanete,
enquanto afirma que o animal
entende tudo o que lhe diz.
Cansa-me esta pretensão.
Por isso,
continuo a considerar menor,
a inconveniência do rafeiro.
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