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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

"QIÇE MI LÁ BUCHE " | Editora Tea For One


ESTÁ A CHEGAR O TEMPO

Quando tenho pressa
Na minha corrida
Porque comprei todas as orações...
A um dealer chamado jesus,
O que importa
O que sou ?
Ainda nada aconteceu
Ainda ninguém provou o meu sangue
Estou aberto a todos os convites
Apto só para propostas indecentes.
... Está a chegar o tempo
Dos pássaros vermelhos
Voarem sobre os meus ombros
E comerem doses amenas
Da solidão disponível.



Out2013_02
“IMPRECAÇÕES PARA UM DEUS MENOR_01”
aNTÓNIODEmIRANDA

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

VALE A PENA ?

Vale a pena

A tua vida tão pequena

Feita renúncia repetida

Beco sem saída

Sem lugar para a viagem

Receita assistida

Não te enganes na embalagem

Tudo com contrapartida

Inteligência desistida

Realidade discutida

Estabilidade social não garantida

Só a felicidade permitida

Emoção escondida

Vale a pena a tua vida ?

Mal resolvida

Repartida

Vã tentativa.


ago21
.2010-
aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 24 de novembro de 2015

GOOBYE, GOOD FICA! ATÉ QU`ENFIM !







GIGI

Gigi
Foi a minha
Primeira namorada....
Vivia numa casa
Detrás da cadeia
Que tinha um letreiro :

GATINHA
MANSA:
VENDE-SE!
Ela
Ria-se
&
Vinha-se
Quando
Eu
Lhe dizia
Ao ouvido:
ARRANHAS
MELHOR
QUE
A
TUA
MÃE.



Jul,2,79,aNTÓNIODEmIRANDA

EYE WITH BLOOD


VINHA D`ALHOS

As noites velhas queimo-as nos calendários. Caminho às cegas pelo meio do medo, levado por uma música pautada por compassos da mais pura seda. Canto pressuroso de abdicações, cambalhota de um surdo ouvido, que me perde a viagem, enquanto o corpo envelhece em escuras sinfonias trinadas por um arrependimento silencioso. Encolho-me em eliminações de vaga ideia e atiro alguns escombros ao ar, como se fossem falsas carências. Volto a ti e ao que de mim resta, talvez com palavras nunca pronunciadas. Já começa a ser difícil, erguer este nada lisonjeiro sinal do tempo, que me vai queimando a luz. Mágoa derramada num sangue oportunista. Preocupo-me deveras, com a má qualidade desta vinha d`alhos! Tenho outros dias para não atinar com certos temperos.
Atentamente,

2015aNTÓNIODEmIRANDA

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Wilfredo Lam (1902-1982)

Nasceu em Sagua La Grande, Cuba
Wifredo Oscar de la Concepción Lam y Castilla,foi o mais importante pintor cubano e um dos expoentes da pintura moderna.
Em 1923 formou-se no curso da Academia de Bellas Artes San Alejandro, em Havana.
A sua primeira exposição individual teve lugar na sua cidade natal.
Partiu de Havana para Madrid, onde prosseguiu seus estudos académicos.
Entre 1924 e 1927, passou parte de seu tempo em Cuenca, onde trabalhou como retratista.
Em 1936 trabalhou em fábricas de armamentos em Madrid e Barcelona, onde pintou o seu famoso óleo “ La Guerra Civil”. Em 1938, já relativamente conhecido no mundo artístico, mudou-se para Paris, onde recebeu apoio de Picasso.
Em Marselha (1940),conviveu com os surrealistas e participou no “Tarot de Marselha”.
Partiu em 1941 para os Estados Unidos da América na companhia de Breton, Lévi-Strauss e outros intelectuais.
Regressa a Cuba em 1946 e depois de uma temporada no Haiti, dividiu o seu tempo entre Havana, Nova York e Paris, onde fixou residência em 1952.
Em 1978 ficou semi -paralítico e passou, a partir de então, longas temporadas em Cuba, recebendo tratamento médico. Faleceu em Paris, em 1982.
A sua obra é tida como o mais extraordinário exemplo do surrealismo latino americano.
 
 

 
 




MEL RAMOS (1935)

Nascido na Califórnia, dedicou-se inicialmente ao expressionismo abstracto. É um dos precursores da pintura Pop Art, sendo actualmente um dos poucos representantes vivos deste movimento. As suas criações são mundialmente reconhecidas, constituindo estas uma crítica irreverente e humorada do “american way of life” : uma perfeita combinação entre pin-ups e anúncios das suas marcas de referência (Coca Cola, Pepsi, etc.).
Tem sido professor em várias Escolas de Arte dos Estados Unidos, e a sua vasta obra objecto de inúmeras exposições, destacando-se entre elas:
1963, "Mixed Media and Pop Art", Albright-Knox Art Gallery, Buffalo; Califórnia - "Pop goes the Easel", Contemporary Art Museum, Houston - "The Popular Image", ICA, Londres. | 1964, Primeira exposição individual, Bianchini Gallery, Nova Iorque | 1969: "Pop Art Revisited", Hayward Gallery, Londres | 1970, Artista residente na University of Southern Florida, Tampa, e na Syracuse University, Nova Iorque | 1973, Artista convidado na University of Wisconsin, Madison e na Pacific Lutheran University, Tacoma, Washington | 1975, Retrospectiva, Museum Haus Lange, Krefeld | 1978: "Art about Art", Whitneyn | 1983: "Modern Nude Painting 1880-1980", National Museum of Art, Osaka, Japão | 1985: "Pop Art 1955-70", Art Gallery of New South Wales, Sydney | 1991: Louis K. Meisel Gallery, Nova Iorque.
Em 1966 tem lugar a sua primeira Exposição Individual na Europa, Galerie Ricke, Kassel.

LOLA-COLA
 

MUSEU DE SÃO ROQUE. - Lisboa











YÔ-YÔ


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

SEC`ADEGAS _bUES FOR yOU. * TOUR 2015 *

Comunicado.
Há coisas do caneco! E esta coisa do improviso préviamente combinado, é uma delas.
Convém esclarecer os mais atentos, que SEC`ADEGAS _bUES FOR yOU, é, e será sempre, um projecto com nenhum interesse nacional.
Para que conste, nem nós próprios sabemos, quando e aonde eventualmente iremos tocar. É esta situação a mais lógica consequência, do improviso préviamente combinado.
Bem hajam aqueles que lamentam nunca terem assistido às nossas perfomances.


Atentamente,

aNTÓNIODEmIRANDA

(O verdadeiro presidente)
 
 
 
TOMÁS MIRANDA | ANTÓNIO SALOMÃO | SANDRA AMORIM | LUIS MARQUES | HUMBERTO MONTEIRO | FÁBIO MENDES | ARMANDO MACHADO | ANTÓNIO DE MIRANDA | JOSÉ PERALTA
 












 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

DÓI

Dói quando a última pele da noite se vai desenrolando, e nela já nada está escrito. Já não queima a memória. Já não te faz sujar os olhos. Dói quando te magoas em todos os despertares na única coisa que é real. Dói quando nada consegues apagar.
Dói como se fossem picadas, os passos, naquela estrada que pensavas nunca mais iria acontecer. Dói tudo! Dói a alegria que imaginaste nunca te iria abandonar. Dói até ao fundo, a coroa de espinhos quando pegas na guitarra, e não consegues tocar a música preferida.
Dói! Dói sempre! Cada vez mais.
Dói esta distância sem conserto, vidrada com pensamentos quebrados, que nos fazem sentir um outro que não nós. Quando todos se foram embora, e agora só podes apalpar sentimentos desaparecidos, deixando manchado um tempo que já não é teu. Dói, quando gotas estranhas de uma chuva triste, encharcam uma despedida sempre presente. Dias que não te deixam ir. Dói quando o amor que te é devido, já não te reclama. Quando ergues as mãos, na última espera daquele que nunca esteve presente.
Tanto te magoaste para seres o quê?
Uma sombra fiel depositária da vulgaridade.
Dói! Dói sempre! Cada vez mais.

2015aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 17 de novembro de 2015

PIAF

Lia-me um poema ao contrário e soletrava letra a letra a teoria da ascenção cósmica no universo uno e transcendental. Continuava admirado por todas as vezes que esteve na trocadero de Paris, ninguém parou para o medir. Falei da metatísica , da importância do photomaton, da insegurança fotodiária e da futura rendição incondicional de todos os deuses ainda não arrependidos. Pois, mas as molduras atraiçoam muitas telas. Não consegui explicar que a intenção não era má. Nem você é bom, respondeu. Não tinha um prego. Não pude virar o bico. Lá mais adiante, um bando de cretinos impregnados de smart cameras, tentava pintar o sena. Mas, este é o rio dos poetas, que chora uma música que só eles podem beijar. Tenho nos ouvidos um segredo que a Edith me vai cantar.
Estendi o saco cama e adormeci com a navalha na mão.


2015aNTÓNIODEmIRANDA

domingo, 15 de novembro de 2015

O PRECÁRIO SORRISO

Ardis! Ócio! Máscaras! Atiçam esta melodia que não é senão um reino de lã saqueado. Ouves o especialista dos parágrafos, lascando o medo e o desejo, porque a dor agora exige outro nível de violência. A morte doce, flagra a batota dos jogadores. É sua, a maneira de decidir, neste lamaçal  incendiado, que  foge até à sombra .Já não há lampiões com essa luz pálida, abraçados por caricias titubeantes, lambidos e beijados por cães, velhos conhecedores desta arte, maldosamente impedidos de frequentar mictórios públicos. Não tivemos sequer uma viagem em comum. Não sei que sequestro nos separou, nem o cativeiro onde todas as pretensões foram diluídas, nem as cinzas que nos queimaram. O precário sorriso espreita na cornija, enquanto lágrimas sujas, nos cobrem agora com a sua parda eminência.
E esta, transborda um nojo enrouquecido pela espuma da mais triste das horas.





2015aNTÓNIODEmIRANDA

AMOR PRIMEIRO

Só exijo as noites que me pertencem. As que me enganaram, serão cantadas pelo homem do martelo num leilão sem a minha coerência. Não me apetece voltar atrás! Só posso amar a minha volúpia, o imbróglio alheio, a mim, não diz respeito. Triste sina esta que me assiste! Há amores que nunca vi e custa-me tanto sabê-los. Amor sucinto, em airosas formas bailando nos meus cabelos. É tão triste a ignorância que humedece a importância de nada sabermos. Amor, canção alegre enlevada num sonho nunca acordado, abraçado ao toque da subtil melancolia. Serei eu o único com esta mania,  inequivocamente  inolvidável de te levar ao amor. Tanto desejo naufragado no nosso último beijo, afinal aquele que nunca te pedi. Que farei com tanta falta de subtileza? Selar-te os olhos, prometendo adiar um adeus que tanto me fere. Amo-te assim num contrário, verdadeiro amor, de todos o primeiro e agora único.






2015aNTÓNIODEmIRANDA

NA PALMA DA MÃO

Tenho o teu cheiro na palma da mão. Memória da tua visita, fria como a faca. Visão inoportuna que me perturba o sono tranquilo, afundando-se em fios de pedra que ferem asperamente um sinal que era só nossa pertença. Urgência suja, num tributo manchado pelos passos dormentes, que espalhaste no soalho. Tenho no peito a mesma voz, que cada vez mais alto, me grita ao ouvido: toma atenção, pá!
Tem cuidado contigo.







2015aNTÓNIODEmIRANDA

Ó PUNS DEI

Não se deve morrer 2 vezes. Mente quem pretende o amor sempre igual. Há inoperâncias nada simpáticas assim como hálitos desprovidos de qualquer intenção. Há que ter o cuidado possível com os sintomas perigosos, tal como com os detergentes não convenientes ás nossas perspectivas. Torna-se aqui necessário, activar o sistema da normalização da refrigeração. Dito isto, e para não comprometer campanhas dinamizadoras do mau tráfego intestinal, absurdamente terei de admitir que qualquer coisa menos boa, será sempre diferente, não sei se melhor, do que uma menos má. Alguém pretensamente entendido, não estará de acordo. E isso não me preocupa. Tenho dias assim, com tantas horas que não alcançam o que eu espero. Com segundos tão sofridos que abafam minutos que nunca deviam ter existido. O tempo não liga à corda do meu relógio. Qualquer dia vamos deixar de nos entender.






2015aNTÓNIODEmIRANDA

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O BRUXO DE CABRAÇÃO (PONTE DE LIMA)

 
Tinha 16 anos, e reconheço que usar vinte e tal colares ao pescoço, não era lá muito vulgar. Não que a mim importasse, mas sentia qualquer coisa de estranho, no olhar das pessoas. Eram tempos de confronto, motivados pela família do marido da minha mãe. Enfim, coisas como, é uma vergonha, ele deve ter mau olhado, no emprego deixa-me mal visto, dizia um imbecil, irmão do meu pai. Eram águas moles, sendo eu a pedra dura. Aqui a outra parte do ditado, nunca funcionou. Perante tanta preocupação, convém dizer, não inerente á minha realidade, aprazou-se uma visita ao bruxo de cabração. A mãe do meu velho, foi a mentora desta peregrinação. Coisa que não me espantou, pois eram frequentes os seus sofrimentos de barriga, acontecidos sempre que havia um clima de festa, talvez com um propósito, que educadamente, inibo-me de mencionar. Devo reconhecer que esta ideia satisfazia plenamente a minha curiosidade. Assisti, assim, a uma demonstração de desmaios, esperneares , convulsões e a acentuadas alterações na voz dos protagonistas deste espectáculo. A mãe do meu pai, foi uma interveniente activa e a minha mãe com uma crise de bipolaridade, não se manifestou. Chegada a altura da minha apresentação, e, em resposta ás perguntas dos meus acompanhantes, o padre/bruxo esclareceu que o António (eu mesmo), estava óptimo e que tinha alguns colares muito bonitos.
Os anos vão passando e continuam dar-me o tempo para tentar ser feliz.
Claro que sou diferente.
Não me concebo de outra maneira.


2015aNTÓNIODEmIRANDA

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DE SER “LOURA”


As louras têm mais graça, mesmo quando não compreendem a chalaça, e, riem desabrigadamente como se fosse meio dia, lá em Adis Abeba. As louras julgam que às vezes pensam e ninguém lhes tira esta presunção. Convém não exagerar na sua apreciação. Podem acreditar. Mesmo no seu normal estado de distração. Conduzem com o seu próprio código, convictas da sua inabalável beleza. Agarram o copo com delicadeza, nas outras coisas, às vezes com subtileza. E geralmente nunca têm uma pergunta inteligente na ponta da língua. É sabido que utilizam este orgão para certas operações. Aqui não há excepção. Têm um radar sempre a funcionar, que lhes permite ousar serem admiradas. Algumas para a brincadeira, são danadas. Normalmente têm uma vaga ideia da coerência, não ligam à decência e confundem a falta de apetite com uma qualquer greve de fome.Não há que abusar. Um passo de cada vez. Não vão elas tropeçar. Fazem algumas queixas, sobretudo da má coloração das madeixas. E mostam indignação.


2015aNTÓNIODEmIRANDA
 
 


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Pai ! POEMA PARA ABÍLIO de MIRANDA - (1927.12.04 – 1987.11.03)





Podemos começar ouvindo Charles Aznavour cantando “ La Bohème” ou para momentos mais sérios escutar a “ Avé Maria “ de Schubert. Passaram-se dias, muitos deles acompanhados daquelas cores feitas com lágrimas. Alguns ainda em que o sangue beijou o chão.
Foi numa terça feira, ao cair da tarde ( sei agora que é o momento em que o sol vai dormir com a lua), que me disse as suas últimas palavras : às 7 vou deixar de ser anão . Levanta-me ! … E assim, partimos os dois, o senhor abraçando os meus braços. Ás vezes sinto-me como uma criança perdida, mirando uma qualquer estrela que passeia despreocupada lá naquele lugar com um nome tão estranho e tão longe. Ás vezes sinto-me cansado e durmo como se mil sonhos estivessem á espera de me acordar.A verdade é que estou menos novo, e, a Mãe, o Jorge Faria, o tio António e a Guilhermina, já não podem ficar nas fotografias. A vida vai gastando o tempo e filtrando na sua imensa paciência, os verdadeiros amigos. Não me arrependo de lhe ter dito algumas verdades ( daquelas que doem a sério ), mesmo sabendo que estava pronto para a viagem. Recordo-me das nossas festas, das nossas canções, cantadas como só aqueles que se gostam podem fazer. Tenho na garganta o sabor daquele “americano”. Tenho na pele a promessa de tomar conta da Mãe. Tenho no coração a mais linda declaração de amor ( falava você com a Mãe), que alguma vez ouvi. Tenho a certeza que você era diferente dos outros !
Lembro-me perfeitamente quando com um sorriso cúmplice me dizia : tens lá em baixo livros “novos”. O que eu aprendi consigo !
Sentado neste banco de memórias, deixo-lhe a minha saudade.
Não sei qual é a pressa de acelerar a minha corrida.
Afinal a vida continua a ser um lugar estranho para se morrer !

aNTÓNIODEmIRANDA






segunda-feira, 2 de novembro de 2015

SAUDADE NÃO DECLARADA

Será verdade que um dia me verás
com a distância dos anos, com que o
tempo apagou todos os momentos,
não restando sequer uma das
palavras que ousámos dizer.
Secaremos histórias num estendal
de saudade não declarada.
Já não somos peças imprescindíveis ao
nosso inocente jogo.
Só estas horas nos toleram,
fazendo assim acontecer
noites de quase perfeita anonímia.
 
 
aNTÓNIODEmIRANDA


INVERSOS

Sou louco por ti!

& por todas os vírus que te infectam.

Tenho poucos significados!

Preciso de uma rua ao contrário,

com os inversos,

irremediavelmente perdidos.
 
 
 
aNTÓNIODEmIRANDA