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domingo, 31 de maio de 2015

FUNÁNÁ



O que faço

com esta Pátria,

Onde o mundo

nunca foi meu?




,2015aNTÓNIODEmIRANDA

MELODIA DESAFINADA

Que amor, irei matar esta noite? Só tenho sete lâminas numa faca com demasiadas falhas de vontade. Que sentimento irá atraiçoar o meu coração cansado para tanto ritmo pretendido? Que viagem poderei tentar? Não existem suites disponíveis para tanto desespero amargurado. Rio o que vêm de mim, como se o gume estivesse desafinado. Melodia com dós sustenidos, tantos mis surpreendidos, clave/cave sem sol. Eu sou uma partitura orquestrada numa mentirosa batuta, que faz de mim o mais mentirosos dos maestros. Soltem as notas, esta música não poderá nunca, ser tocada. Regresso a mim. Ainda não consigo o bailado dos dedos. Tenho jeito, mas não sei a maneira. Não tenho palheta, tenho o sonho angustiado na algibeira, brigo com uma pauta, fingindo esquecer o que me falta. Que angústia matarei? A minha, ou aquela que não me pertence? Pistoleiro sem eficácia, nem tiro nem queda, cavalo mal treinado, coragem fora de horas, alquimia montada sem esporas, selada com farpas incendiadas. Que amor, me matou esta noite? 


2015aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 26 de maio de 2015

DIARREIA


Não posso acreditar em alguém, que ao longo do tempo continua a repetir a asneira. O meu portfólio não admite esta possibilidade da estupidez. Tenho a consciência absoluta e a lucidez necessária para não ser enganado. A necessidade e o medo a ela sempre inerente, nada disto justifica. Uma selfie é tão enganadora como uma medalha que supostamente enaltece um mérito mentiroso. As coisas importantes, as acções imprescindíveis, finalizam sempre o socialmente necessário. As palavras valem o que valem, as intenções assim construídas não passam de mentiras, a prática não acontece e a realidade é a mentira constantemente desenhada. Faz-se assim, do medo a telenovela oficial. Condicionam a nossa condição, previamente alicerçada numa mentira constantemente difundida. É esta a objectividade de um governo, para quem a questão social, ficou emerdamente resumida á nulidade do voto eleitoral. Glória dos vencedores mentirosos, merdificação dos enganados, cujo medo e sobretudo incapacidade de auto estima, manifestamente continuam a ter uma estúpida capacidade de continuarem a serem enganados. E não gostei mesmo nada vê-lo sentado numa nuvem, naquela trip de lsd, olhando para a tv, como se estivesse a gemer o último tango em paris. Claro que choro, mas só o marlon brando sabe que estas lágrimas não saem da minha algibeira. Tenha maneiras, tente pelo menos ser capaz. Já chega de diarreia.

Já é tempo de deixarmos de disfarçar a nossa incapacidade com os actos dos outros.

Nb: esta merda foi escrita de acordo com o meu não acordo, com o acordo pornográfico, não sei de que…

Nb2: amanhã não estarei a vender bolas de berlim, na praia de Carcavelos. Também não estarei disponível para mudar o óleo do motor nº 4 de um dos submarinos que o ministro, (como se chama?), continua a chupar.

Se gostarem de caracóis, comam! Eu, farto das cheias do 28, vou a pé.





2015,mai-26_aNTÓNIODEmIRANDA

ASAS DE DESEJO


Quando vir
Um anjo
Com asas de desejo

...
Não sei
Se resistirei
À vontade do beijo .

Como de costume
Aparecerás em forma de volúpia
E
Eu

Como sempre
Adormecerei

No nevoeiro do teu sexo .



aNTÓNIODEmIRANDA

quarta-feira, 20 de maio de 2015

POESIA ÀS QUINTAS – COM MIGUEL MARTINS – 136ª SESSÃO – BAR A BARRACA – 21 DE MAIO – 22.30H – ENTRADA GRÁTIS

ALEXANDRE SARRAZOLA (falso gémeo de Gabourey Sidibe) lê JORGE LUIS BORGES e aNTÓNIO(de)mIRANDA.
Há males que vêm por bem. Fraca sabedoria. Mas, não é disso que estamos a falar.
Convido-vos para um momento verdadeiramente INOLVIDÁVEL. Os outros (os inoxidáveis), tendem a ganhar ferrugem.


terça-feira, 19 de maio de 2015

LISBOA BLUES (UM ELÉCTRICO CHAMADO 28)


Boca aberta

Sorriso pateta

Simpatia fingida.

Many people toda junta,

everybody bate palmas”.

I beg your pardon.

I beg you que não me chateies.

Excuse me, i don`t understand.

Me, também.



aNTÓNIODEmIRANDA

CAVE

Estou na cave, meu amor. Já não sei as lágrimas que poderei chorar. Foi tudo tão simples, que o difícil foi não entender. Estou no buraco. Não sei que porta devo abrir, que janela poderei pintar. São difíceis as cores que não nos pertencem. Quando o tanto e o resto do tanto te custam custar. Estou na cave. Nem sei se estou sozinho, nem sei ver o caminho, nem sei se há estrada para me levar. Estou na cave, onde tudo o que não sei continua a existir. Onde de nada vale o la...mento. Tenho a pressa da pressa que nada vale. Amparo-me num corrimão chorado numa corda enganadora, numa vontade ausente de tudo o que importa. Agora, que todo o abandono foi possível. Agora que me esqueci de rezar, estou na cave. Onde todas as estrelas me queimam a pele e beijam-me a sífilis.
Onde o amor não conseguido abraça a paixão proibida num formato de herpes digital. Estou aonde? Nem de olhos fechados consigo imaginar. Estou a perder aquilo que sempre me fizeram crer que era meu. Há verbos que não convivem razoavelmente comigo: haver – ter – ser. Tenho outras coisas na cabeça e, nem uma folha de cálculo poderá alguma vez resolver. Estou na cave: não é um sintoma fora do normal. O ridículo acontece, a esperança amanhece, não deixa rasto, não há vontade de lá voltar. Degrau a degrau, não sei caminhar. Estou na cave, onde lábios pintados pedem o beijo que não se vai repetir. Poderá eventualmente deixar marcas comprometedoras. A esperança não pode permanecer impávida.
 
2015aNTÓNIODEmIRANDA

segunda-feira, 18 de maio de 2015

your body is my body — o teu corpo é o meu corpo

A exposição your body is my body — o teu corpo é o meu corpo é uma seleção de cerca de trezentos cartazes de arte e política, nacionais e estrangeiros, feita a partir do acervo reunido por Ernesto de Sousa ao longo da sua vida e datados entre 1933 e 1988, que se apresenta no Museu Coleção Berardo, no piso -1, de 17 de abril a 27 de setembro de 2015. Este espólio, agora denominado como Coleção de Cartazes Ernesto de Sousa e integrado na Coleção Berardo, constitui um panorama vasto sobre a produção cultural das neovanguardas em Portugal e na Europa. Mas é também um itinerário imaginário, mapa de muitas viagens, narrativa de encontros, onde a personalidade de Ernesto de Sousa pode ser redescoberta.Ernesto de Sousa (1921-1988), artista, crítico, curador, poeta, cineasta e agitador cultural, interessou-se particularmente pelo cartaz, observando e explorando as possibilidades deste medium – e das artes gráficas em geral. Para Ernesto de Sousa, o cartaz é um mediador potencialmente privilegiado de comunicação entre o indivíduo e a sociedade, carácter que ele identifica claramente num ensaio de 1965, dedicado às artes gráficas: «O que caracteriza as artes gráficas atualmente é que elas são veículo direto, senão instrumento, de uma nova síntese. Antes de mais nada: síntese das mais diversas linhas de progresso. Que elas evoluam como forma ao serviço de um conteúdo “comercial”, num contexto dominado pelo investimento de capitais e pela febre do rendimento, isso não lhes retira a vocação mais íntima, a vocação a um conteúdo humano de “liberdade”, e onde a contradição entre o individual e o coletivo tenha ultrapassado a sua agudeza atual. São assim um dos mais ricos terrenos de encontro do progresso da tecnocracia, com a mais progressiva democracia. Encontro que as contradições do mundo atual demoram, mas que, provavelmente não deixará de verificar-se. Somente que a urgência é nossa…»A Coleção de Cartazes Ernesto de Sousa constitui um arquivo de afetos. Dos cartazes das suas próprias obras, alguns realizados sob a sua direção, aos recolhidos nas suas viagens ou recebidos pelo correio na sequência de encontros, passando pelos cartazes dos artistas que lhe eram próximos – de Alberto Carneiro a Helena Almeida, de Wolf Vostell a Robert Filliou, passando por Julião Sarmento, Ângelo de Sousa, entre muitos outros –, a exposição your body is my body — o teu corpo é o meu corpo desenvolve-se em torno do percurso de vida de Ernesto de Sousa, das suas paixões e encontros com as pessoas que ele admirava e que com ele se uniam espiritualmente e intelectualmente. A seleção de cartazes que é agora apresentada evidencia o espírito multidisciplinar de Ernesto de Sousa, que se debruçou sobre problemáticas transversais às artes plásticas, ao cinema, ao teatro e à política, e a transdisciplinaridade que caracteriza a sua obra.Por ocasião da exposição, será publicado um catálogo que reúne uma seleção mais alargada de cartazes, complementada por um conjunto de imagens documentais, e reedita um conjunto de textos de Ernesto de Sousa – entre os quais o ensaio «Artes Gráficas, Veículo de Intimidade», de 1965. Este livro inclui também ensaios inéditos de José Bártolo e Rui Afonso Santos. - See more at: http://pt.museuberardo.pt/exposicoes/your-body-my-body-o-teu-corpo-e-o-meu-corpo#sthash.1q3jcggR.dpuf

























Porque estou BENDIPOSTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


A Favola da Medusa na SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO GUILHERME COSSOUL

Reverso // Encontro de autores, artistas e editores ...independentes, na S.i.Guilherme Cossoul. Às 22h30, A Favola da Medusa subirá ao palco com a formação Antonio De Miranda (guitarra), Filipe Homem Fonseca (guitarra), Luís França (cornetas), Miguel Martins (guitarra), Rui Cruz (baixo), Tomás Miranda Luthier (flauta).

sexta-feira, 15 de maio de 2015

PORQUE HOJE É 6ª FEIRA...

 
- As melhores expectativas que têm de mim, são aquelas que não me dizem respeito.
- O meu despertador não funciona : as minhas horas não confiam nele.
- Grau a grau, enche o termómetro o papo.
- Não adianta chorar sobre o leite condensado. O pudim ficará de certeza molhado.
- As sardinhas enlatadas mostram sempre um ar incomodado.
- A cavalo dado, geralmente falta-lhe a cela.
- Não sou de tirar a camisa para oferecer. O tempo está muito instável.
- Complicamos tanto a fidelidade, que ela agora não passa de uma companhia de seguros. Qualquer apólice é uma certeza enganadora.
- A inteligência é uma relatividade sem teoria.


aNTÓNIODEmIRANDA

O Único Verdadeiro Deus Vivo: Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 136ª ...

O Único Verdadeiro Deus Vivo:



Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 136ª ...
: Poesia às Quintas – com Miguel Martins – 136ª sessão –  Bar a Barraca –  21 de Maio – 22.30h – entrada grátis Alexandre...

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Que trampa !


Porque hoje é 5ª feira...


1º - Não gosto da concorrência!

Tenta sempre obrigar-me a ser tão mau, quanto ela.

2º - Nem deus, nem chefes !

Ok! Mas quem manda, sou eu.

3º - Onde todos se ajudam, ninguém deve trabalhar.



aNTÓNIODEmIRANDA

quarta-feira, 13 de maio de 2015

SEC`ADEGAS & FILHAS DA FRUTA.

Aconteceu. Ontem vésperas de 13 de Maio. SEC`ADEGAS & FILHAS DA FRUTA.
Um encontro previamente imprevisto. Uma sessão seriamente improvável. Estivemos todos a um nível altíssimo, exactamente aquele nível que ao longo destes anos, vamos habituando os nossos fiéis não admiradores. Não temos emenda, mas também o mundo não tem grande juízo. Vale a pena, (por acaso não temos a alma pequena), continuar a trilhar este não sossego. Somos como somos, e a mais nunca seremos obrigados.
...
Agradecemos a colaboração expontânea do rancho das antigas mamadeiras do monsanto, assim como a prestimosa ajuda da sociedade filarmónica os amigos do alheio.
Até sempre, se não for antes.
 


aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 12 de maio de 2015

(PÁRA-ME DE REPENTE O PENSAMENTO)_ Para Ângelo de Lima


Até então, nada sabia sobre essa história com pensamentos a sair constantemente da cabeça. Havia medos que corriam entre os dedos, como se fossem lágrimas vindas de um lugar onde nunca esteve. Então ficava quieto. Tinha as conversas possíveis, sempre com alguém que nunca foi. Desconfiado como era, olhava abundantemente para a imagem escrita do espelho, e lia-lhe o manual de instruções para a colocação do saco do aspirador, que nunca chegou a comprar. Eram dias quase perfeitos, embora a perfeição continuasse a ser aquele orifício cada vez mais tapado pela enorme impaciência que teimosamente lhe oferecia a mesma quantidade de dúvidas. Tentou tudo. Mesmo aquela teoria de nada continuar a ser. Deitou-se de costas para si mesmo, acendeu o cigarro ao pássaro, ligou o ferro de engomar e queimou a torrada habitual. Só adormecia nas noites em que não queria acordar. Então dormia abraçado ao mais perigoso dos verbos: amar. Acordava, quando não queria. Chorava quando ninguém sabia, e limpava as lágrimas a umas mãos sempre ausentes. Eram sempre distantes os dias que ficavam por acontecer. Tinha tatuada na pele, uma figura de BOSCH, que constantemente lia um poema:

Pára-me de repente o pensamento
Como que de repente refreado
Na douda correria em que levado
Ia em busca da paz, do esquecimento...

Pára surpreso, escrutador, atento,
Como pára um cavalo alucinado
Ante um abismo súbito rasgado...
Pára e fica e demora-se um momento.

Pára e fica na douda correria...
Pára à beira do abismo e se demora
E mergulha na noite escura e fria

Um olhar de aço que essa noite explora...
Mas a espora da dor seu flanco estria
E ele galga e prossegue sob a espora.”



2015,mai11_aNTÓNIODEmIRANDA

quinta-feira, 7 de maio de 2015

ELEGIA A JACK KEROUAC

 
Nasci na página 124 Do on the road e Passados cinco minutos Desvirginei - me fazendo amor com o Pôr-do-sol numa praia sem nome Passei noites dormindo em latas de sardinha Com um polegar esticado Aprendi a falar com cães e a Chamar mãe às auto estradas e aos Vagões de mercadorias dos caminhos de ferro
Amei em bermas de estradas Caguei debaixo de árvores Abracei cães violas livros E Mijei nos sacos de plástico dos Supermercados Lavei os dentes Em cabines telefónicas Enterrei tesouros na areia Em vasos com plantas Roubei papel higiénico e bocados de Espelho dos wc dos cafés e hotéis Troquei fatos por blue jeans Sujeitando - me às caricias do cinto Do meu pai (?) Aprendi que o ópio deverá ser A única religião das pessoas E guardei um pelo da barba Do GINSBERG Forniquei dias e noites seguidos Com a lua e a amante do nixon E tive que cultivar a pénisflor Vi aqueles :Que morreram afogados pelos ideais Que eles próprios construíram pensando Na compreensão das pessoas E Jesus cristo praticando budismo Á meia-noite em biarritz E aqueles que apertavam as Mãos aos caranguejos e davam Autógrafos a camelos com o Objectivo de angariar votos para as Futuras eleições E aqueles que confundiam Estrelas com candeeiros que Diziam que uma viola é como uma Mulher Que congelaram o sol Que engarrafaram o cheiro da manhã Que beijavam flores e arco – íris Bebiam chuva e liam revistas Pornográficas deitados nos sacos de Dormir E vagueavam pelas avenidas e jardins Desertos à caça de Homossexuais Aqueles que em viagens clandestinas Subiram à lua e substituíram a Bandeira americana por uma toalha de mesa E que pensavam fazer um piquenique sobre Essa mesma toalha E que morreram fazendo a barba Com um corta unhas Aqueles que se perderam no meio Da viagem porque se esqueceram Da bíblia Que fugiram de casa e Voltaram de táxi Que resistiram aos olhares das pessoas Demasiadamente semelhantes aos dos Chuís da brigada de narcóticos Que faziam amor julgando Que este é um jogo de cama E ouvi : Freaks & Pseudo freaks Gurus & Pais arrependidos Vendedores de gelados Varredores de ruas Carneiros manietados pelo sistema Budistas que tudo e nada me disseram Ouvi FIDEL DE CASTRO declarar - se à MARILYN MONROE Prometendo - lhe que raparia a barba O barulho que salazar fazia Quando chupava no polegar da mão Esquerda O vento batendo à porta do Banco do jardim durante as noites Em que eu ainda sonhava Ouvi kissinger pedindo - me um Charro e conselho para fomentar uma Nova guerra : ambicionava ganhar outro Prémio nobel da paz Vozes histéricas de estátuas coisas E pessoas durante actos sexuais Prostitutas adolescentes Dirigindo - se timidamente a homens Casados complexados para os quais Ser cornudo é facto que não podem Admitir Ouvi ouvi ouvi ouvi
ouvi ouvi ouvi ouvi
Ouvi vozes protestando contra a Guerra O ódio e a miséria E a quem calaram para sempre Com paradas e tiros de metralhadora E celas onde os ratos Preferiram morrer Ouvi choros de mulheres velhos & órfãos Que em gritos dilacerantes perguntavam Qual a razão da fome E da opressão E que perderam definitivamente a Confiança que até então tinham Nos homens Valquírias sussurrando - me para Escarrar nas bandeiras Soldados feridos cantando hinos Nacionais enquanto lhes aplicavam Medalhas Ouvi lenine & trotsky discursarem Sempre em pé e durante longas horas Para peixes vermelhos BAKUNINE e os demais verdadeiros anarcas Serem apelidados de loucos e Inconscientes por rebanhos de carneiros Cuja posição embora erecta em nada os Diferenciava dos ursos peludos das Regiões polares E Senti : Os olhares inquietantes Daqueles que Por serem diferentes a sociedade Etiquetou de loucos e encerrou Em manicómios As mãos trémulas do cego Acariciando as teclas do acordeão Sentado nas escadas De Uma estação de caminhos de ferro Perante os rostos cansados das pessoas que Regressavam do trabalho E cuja música Confundia - se com as palavras E O Vago tilintar das moedas caindo Num prato de plástico Amarelo Senti nos ombros Os pés descalços Da criança Cujo sorriso Me magoava Estive numa reunião Do movimento nacional feminino Onde me serviram sorvetes Que eram tirados dum soutien Da triumph tamanho 48
Estive : Em comícios políticos onde vendiam Batatas fritas Em manifestações em que apalpavam O cu e os seios às gajas Cujas formas corporais Despertavam positivamente Apetites sexuais. Nasci na página 124 Do on the road e Passados cinco minutos e Trinta segundos ...

aNTÓNIODEmIRANDA

segunda-feira, 4 de maio de 2015

SINAIS DO FIM (poema para o Senhor Arsénio)


As estrelas dormem na velha palmeira

Cuidando do meu velho amigo

ARSÉNIO (1922).

Agora que nomes

Posso eu chamar ?

Ai vida, vida

Ouço-o falar

Com os olhos molhados.

Então diz-me

Para eu acreditar

Que tem sempre lágrimas

Dentro deles.

Algo me faz sentir

Que a saudade começa neles.

Deixaram-me sozinho!

Agora

Que nomes tenho eu

Para chamar ?


Melides2014_aNTÓNIODEmIRANDA

Dizem

Que tenho de mudar de caminho !

… Mas eu nunca

Poderei deixar

A minha alma

Sozinha !



aNTÓNIODEmIRANDA