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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

JOÃO ROIZ DE CASTELO BRANCO

CANTIGA, PARTINDO-SE
...
Senhora, partem tão tristes
Meus olhos, meu bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém,
Tão tristes, tão saudosos,
Tão doentes da partida,
Tão cansados, tão chorosos,
Da morte mais desejosos
Cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes os tristes,
Tão fora de esperar bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.


in «Antologia do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende»,
org. de Maria Ema Tarracha Ferreira, Ulisseia, Lisboa, 1994.
João Roiz de Castelo Branco (séc. XV) foi um Poeta português palaciano. Conservam-se algumas composições suas no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. Fez parte da corte do rei D. Afonso V, tendo ocupado o cargo de contador, na Guarda. Celebrizou-se pela cantiga «Partindo-se» ou «Senhora, partem tão tristes», de carácter amoroso, e por uma glosa das Coplas de Mingo Revulgo, «Adonde tienes las mientes». A sua produção estendeu-se também a outros temas, como a presença portuguesa no norte de África ou questões morais relacionadas com o desprezo pela vida na corte, mais tarde retomado por Sá de Miranda. É notável a perfeição formal e a riqueza estilística de que deu provas noutros poemas também reunidos no Cancioneiro Geral, entre eles, «Mafoma, primo, senhor», «O gosto que me falece» e «Porque sempre em vos servir».

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

EQUAÇÕES FATAIS


EQUAÇÕES FATAIS

1


LENINE...
+
TROTSKI
= - KRONSTADT

(17Março1921)

2

FRANCO
+
HITLER + MUSSOLINI
= - GUERNICA

(26Abril1937)
aNTÓNIODEmIRANDA
,2015JAN15


 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

FRANCIS PICABIA ( 1879 - 1953 )



FRANCIS PICABIA ( 1879 - 1953 )

Pintor e escritor francês, Francis Picabia foi uma das figuras mais importantes do movimento Dadaísta, em França e nos Estados Unidos.
Estudou na École des Arts Décoratifs em Paris, entre 1895 e 1897, e desde cedo ganhou forte reconhecimento com as suas paisagens inspiradas no Impressionismo.
Na primeira década de 1900, Picabia foi aliciado pelas ideias de vanguarda que surgiam, sobretudo pelo denominado Orfismo que Apollinaire lançou em 1912. Esta forte influência, levou-o a abandonar as suas experiências no âmbito do Impressionismo e do Pontilhismo e a dedicar-se às composições tendencialmente cubistas, bastante coloridas e ricas em contrastes.
Em 1912 expôs com o grupo Section d'Or e em 1913 no Armony Show, em Nova Iorque. Durante a I Guerra Mundial, Picabia viajou por vários países do mundo, fixando-se em Nova Iorque em 1916, onde colaborou com o fotógrafo Alfred Stieglitz, na sua Galeria 291 e na revista com o mesmo nome. Durante este período tornou-se igualmente próximo de Duchamp. Mais tarde, neste mesmo ano, estabeleceu-se em Barcelona onde publicou a primeira edição da revista 391, como alusão ao seu envolvimento com a 291 em Nova Iorque. As 19 edições publicadas entre 1917 e 1924 foram de primordial importância para o desenvolvimento do Dadaísmo em Paris.
Em 1919 regressa a Paris, e até 1924, produz os seus trabalhos dadaístas mais importantes. Neste período, deu origem a escândalos públicos com os seus panfletos literários e também com os seus desenhos intencionalmente chocantes.
Em 1924 Picabia corta relações com os surrealistas, abandonando Paris e o atelier de arte.
Nos anos 40 produziu uma série de pinturas de figuras femininas, nuas e imbuídas de um forte erotismo. Estes seus trabalhos kitsch foram considerados, por uns, como grandes precursores da Arte Pop.
No final da II Guerra Mundial, Picabia regressa a Paris, reinventa novos métodos e recicla elementos dos seus trabalhos anteriores.
Embora enquanto artista dadaísta Picabia tenha sido bastante reconhecido, é apenas nos anos 80 que a sua arte, particularmente nas suas fases finais mais controversas, foi reavaliada pelos novos artistas americanos e europeus, como David Salle e Sigmar Polke, sugerindo caminhos nos quais as complexidades do desenvolvimento de Picabia continuam a provar ser influentes.





 

MÁRIO BOTAS


MÁRIO BOTAS (1952-1983)

Mário Ferreira da Silva Botas nasceu a 23 de Dezembro de 1952, na Nazaré, terra dos seus pais e onde fez os estudos primários e secundários.

Aluno brilhante no ensino primário, terminou o secundário com altas classificações e foi dispensando do exame de admissão à faculdade de Medicina de Lisboa, onde ingressou em 1970.

Licenciou-se com distinção em Julho de 1975, mas quase não chegou a exercer a medicina.

Surpreendido por uma leucemia em 1977, e sabendo-se com os dias contados, decidiu dedicar-se exclusivamente à pintura que há muito o seduzia, e o levava nas férias a conviver com pintores estrangeiros. Essa decisão, mas também a nunca perdida esperança da cura, levou-o a Nova Iorque, onde fez em 1978 uma exposição individual, na galeria Martin Summers.

Regressado a Lisboa em 1980 entregou-se à criação, à preparação de exposições e outras actividades artísticas, e em 29 de Setembro de 1983 viria a falecer no Hospital da Cruz Vermelha.