PERGUNTEM Á ALICE
PORQUE VEJO EU COISAS DIFERENTES
PERGUNTEM Á ALICE
ELA PODE EXPLICAR
EU SÓ TOMEI O COMPRIMIDO
QUE O MÉDICO IMBECIL DIZIA IGNORAR
OS QUE ELE TOMA
NÃO FAZEM EFEITO
DÃO-LHE VONTADE DE CHORAR
VÁ LÁ, NÃO TENHAM MEDO
FALEM COM A ALICE
ELA SABE O SEGREDO
EU SEI QUE ELA TEM
UM COGUMELO QUE VOS VAI AJUDAR
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terça-feira, 27 de agosto de 2013
Poema para um amigo ( ALBERTO MONTEIRO-2013Abril 16)
1. O Alberto morreu !
Mas o kiko não sabe.
Pensa que vai continuar a ladrar
quando ouvir o inconfundível trabalhar da zundapp.
2. O Alberto morreu !
E não teve tempo
de estofar o assento da mota.
É verdade que sempre foi uma hipótese adiada
ao longo de vários anos.
3. O Alberto morreu !
Sempre é verdade
que a morte é um lugar estranho para se viver.
4. O Alberto morreu !
E eu não tive tempo
para saber os nomes dos pássaros,
mas sei, porque ele me ensinou
que a cor do céu ao cair do dia
diz-nos como estará o tempo amanhã.
5. O Alberto morreu !
… desta vez apanhou-me desprevenido,
não vamos cumprir
o que combinamos no último abraço
6. O Alberto morreu !
Conhecê-lo
foi dos poucos privilégios
que a vida me deu.
7. O Alberto morreu !
Vou sentar-me no alpendre
em frente da estrada
com dois copos de tinto
imaginando as três buzinadelas habituais.
8. O Alberto morreu !
Olho para o stop :
se tens olhos para !
Como ele costumava dizer.
junho042013
Mas o kiko não sabe.
Pensa que vai continuar a ladrar
quando ouvir o inconfundível trabalhar da zundapp.
2. O Alberto morreu !
E não teve tempo
de estofar o assento da mota.
É verdade que sempre foi uma hipótese adiada
ao longo de vários anos.
3. O Alberto morreu !
Sempre é verdade
que a morte é um lugar estranho para se viver.
4. O Alberto morreu !
E eu não tive tempo
para saber os nomes dos pássaros,
mas sei, porque ele me ensinou
que a cor do céu ao cair do dia
diz-nos como estará o tempo amanhã.
5. O Alberto morreu !
… desta vez apanhou-me desprevenido,
não vamos cumprir
o que combinamos no último abraço
6. O Alberto morreu !
Conhecê-lo
foi dos poucos privilégios
que a vida me deu.
7. O Alberto morreu !
Vou sentar-me no alpendre
em frente da estrada
com dois copos de tinto
imaginando as três buzinadelas habituais.
8. O Alberto morreu !
Olho para o stop :
se tens olhos para !
Como ele costumava dizer.
junho042013
GODVAI...
godvai
agora
ninguém te pode ajudar
perdes-te a hora
já não tens lugar
O céu
é uma porta fechada
sem partida nem chegada
É como um pássaro a voar
Encoostado a uma árvore
Ele
gosta de te pôr de joelhos
enquanto finge
que ouve os teus pecados
Depois olha-te
como se fosse ternamente
Acaricia os teus cabelos
Diz que lamenta
mas todos os lugares
estão ocupados.
Não entres na igreja :
juro-te
que os santos
te olharão com toda a inveja.
2013agosto23
António demIRANDA
agora
ninguém te pode ajudar
perdes-te a hora
já não tens lugar
O céu
é uma porta fechada
sem partida nem chegada
É como um pássaro a voar
Encoostado a uma árvore
Ele
gosta de te pôr de joelhos
enquanto finge
que ouve os teus pecados
Depois olha-te
como se fosse ternamente
Acaricia os teus cabelos
Diz que lamenta
mas todos os lugares
estão ocupados.
Não entres na igreja :
juro-te
que os santos
te olharão com toda a inveja.
2013agosto23
António demIRANDA
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
A visita de um ilustre músico : Mr. JAY CORRE (Selmer Tenor Sax_1959). Muito obrigado ! Internationally known Tenor Saxophonist Jay Corre has performed world wide with many of the best known names in jazz music. His professional resume includes Dizzy Gillespie, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Benny Goodman, Harry James and of course, Buddy Rich for whom Jay was the featured tenor sax soloist. Along with his distinctive style of playing, Jay Corre's concert/lectures include humorous anecdotes of his world travels and inside stories about the legendary stars with whom he has performed.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Crónicas de Melides (6)_ (2013_Julho)
Poderia
deitar-me ao teu lado e contar-te uma história quente. Começaria
por dizer que não é pecado aquilo que o meu sexo sente. Depois
falava uma história, como fazem os falsos revolucionários da
esquerda sempre arrependida. Seria mal gasto esse momento, quando tu
ao meu lado começavas a ficar distraída. Não será muito o tempo
que me resta, e embora goste do seu tempero, não sei a sua medida.
Vou inventar-te num poema, abraçar-te numa duna. Vou cobrir-te com
os mais finos grãos de areia e não quero esta vontade arrependida.
Bonito é o voo desta gaivota, sereno. Sem rota definida. Agora que o
sol se banha no mar para beijar a lua, gostaria de levar estes raios
dourados para colorir a tranquilidade desta noite. Imagino a bela
barca e eu vestido com a camisola de um qualquer marinheiro. Acabarei
por encontrar o caminho! Continuo com a esperança possível dos
poetas mentirosos.
E ……..
não se pode mentir á mentira.
Buenas
noches ! Aquí rádio reloj ! 4 e média de la mañana
en La Habana, 3 minies & algum whisky em Melides ¡ Agora vou
abraçar a guitarra do Gerrard, beber um tinto com o Werner, e:
WAKE
UP IN THE MORNING, I GOT THE BLUES ON MY MIND…
Blues
for you ¡
Nunca
me despeço. Nunca parto : mudo de sitio.
Crónicas de Melides (5)_ (2013_Julho)
Não
se pode mentir á mentira. Nem todo o gás é latrinogénio. Nem
todos autoclismos funcionam. Nem todos os cinzeiros estão cheios. E
para f…. a melhor posição poderá não ser a fecal. Nem todas as
latrinas estão disponíveis. Só os parvos são elegíveis. Nem toda
a merda sabe a caca. Nem toda a caca se pode comer. Claro que me
chateei. Embora soubesse que isso iria acontecer. Eu disse-te que era
um problema. Mas não eras tu que o iria resolver.
Em boa
verdade vos digo : deus nunca quer. O homem pensa que sonha. A obra
nasce incógnita. Só a poesia não pode ser cortada à faca !
pensa
em mim como se fosse a lágrima que foge dos teus olhos
eu sou aquele que não
viverá de novo aquela noite especial
agora os meus fantasmas
são heróispintando as ruas com graffitis celestiais
e o meu sonho só
viaja num tapetevoando nele um deus que não se levanta mais
serenamente
observo
o tempo partindo na viagem dos dias que são sempre as
despedidas do meu olhar
já não conheço
esta cidade nem os seus falsos marinheiros
que
choram as pedras dos seus caminhos , nem o pintor da rua sem
memórias para colorir.
penso
em mim sem vontade de beijar a lágrima que foge dos meus olhos
serei
eu aquele
?
ou um epitáfio que
ninguém lê
?
Crónicas de Melides (4)_ (2013_Julho)
Perguntem
á Alice porque vejo coisas diferentes. Eu sei que não devia dizer
(porque é segredo), mas apenas tomei um comprimido. As dúvidas
parecem ridículas: nada a que um cigarro não dê resposta. Deus não
existe… o diabo é que às vezes se esquece de ser mau! Mal de mim
pior para ti, se vives a vida como uma aposta. Não vale apena
pegares numa arma, se ainda não tens a proposta. Irás dar um tiro
no próprio pé e ninguém estará disponível para te ajudar. Às
vezes é preciso ter cuidado, mas o medo nunca á necessário. Dizem
que temos futuro, mas o governo não pára de nos quilhar. Toda a
gente fica contente mas o próximo passo é o desemprego. A nossa
vontade nunca valeu 1 cêntimo! Não temos dinheiro para o funeral e
a morte não deixa de ser um lugar estranho para se viver. Vamos
festejar antes de morrer! Deus não existe… o diabo é que às
vezes se esquece de ser mau! Não me chamem mentiroso ! Depois não
me digam que não vos avisei…
(Perguntem
á Alice porque vejo coisas diferentes…)
Crónicas de Melides (3)_ (2013_Julho)
Não
tenho saudades de nada. Não considero isto um estado de
incompetência. Agora no jardim, sou eu, 1 gato (ele não sabe mas eu
chamo-lhe Fonseca) e uma estrela curiosa que não pára de me filmar.
Claro que existem sombras, mas só o Fonseca sabe brincar com elas.
O gato
miou á lua pedindo-lhe uma namorada. A lua ladrou ao gato,
dizendo-lhe que a não encontrava.
Ah!
Estrela da noite! Não sei como te chamas! Vou deitar-te nos meus
joelhos e matar este desejo. Minha luz, companheira sempre presente,
só tu sabes quão estranhos são os caminhos que (não) acabam com
um beijo.
Crónicas de Melides (2)_ (2013_Julho)
Estou a gostar de ter a
calma que consegui. O tempo abraça-me com vagas de contentamento.
Como poderei eu resistir a este jogo de sedução? Reduzo-me a
conviver com ideias e não quero mentir: alegro-me até mesmo com os
cenários por mim construídos. É certo que do tempo que passou,
algum dele foi gasto em suaves prestações de banalidades. Não
tenho o sentimento de perda, mas a verdade é que nada foi
acrescentado. Se calhar não estive suficientemente atento. Uma
certeza eu tenho : fui demasiado condescendente.
& nada nos é comum…
Crónicas de Melides (2013_Julho)
Se
calhar já lhe contei isto, mas também se calhar você já não se
lembra ! Geralmente é este o início das nossas conversas. Convém
apresentar-vos o meu amigo Sr. Arsénio, fará 91 anos em agosto. A
isto eu chamo uma pessoa de muito saber, saber de experiência feito.
Vou sentindo nestes momentos um processo de despedida, embora quando
deixo este meu amigo, digo simplesmente até logo. Falamos há 28
anos, razão porque sei mais ou menos todas as histórias, mas não
me cansa ouvi-las todos os anos. Diz-me o Sr. Arsénio, que da
irmandade dele todos se foram e nunca mais deram notícias. (Se
calhar é porque se está lá bem, comenta). “ o que é que posso
fazer ? isto é geral e parece que no resto do mundo, é igual”. Na
aldeia, só dá notícia de um, mas como é longe há muito tempo que
não se falam. Por estranho que pareça, não noto nestas palavras
uma queixa que seja, mas pelo contrário uma enorme satisfação por
ainda estar cá. A simplicidade não é para todos ! Continua a
amanhar a sua horta, a cuidar do jardim e sentado debaixo da sua
pereira que teimosamente continua a carregar uma bruteza, delicia-se
a ouvir os comentários dos passantes. Eu sei que passa a maior parte
do tempo sozinho, e eu ainda não tenho a capacidade de imaginar
aquilo que lhe vai no pensamento. 1 grande abraço, Sr. Arsénio ! E
como sempre : até logo !
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