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sábado, 6 de fevereiro de 2010

leonor

DESCALÇA VAI PARA O COMPUTADOR

LEONOR PELA ALCATIFA
VÊ - LA ASSIM É UM AMOR
COM AQUELE ANDAR DE CALIFA
NÃO VAI FORMOSA NEM SEGURA
NÃO É JEITOSA E TEM LARGA A CINTURA
MAS USA CINTA E SOUTIEN
E PENSA QUE É DESEJADA
OFERECE - SE MAS NÃO SE DÁ.
AS UNHAS NÃO QUER SUJAR
JÁ LHE BASTA A MERDA
QUE TEM NA CABEÇA
POIS ESSA NÃO PODE LIMPAR.
LIBIDINOSA OLEOSA
MOSTRA A SUA DENTADURA
ESTÁ CONSTIPADA E RANHOSA
HÁ MUITO QUE ISSO DURA.
BAMBOLEIA - SE DESEJOSA
DIANTE DO OLHAR QUE
A PERFURA.
SET84.25

Lenta_mente

lentamente

escoa-se
a esperança
num passador
chamado tempo

Tempera-se
a urgência
( com muita
muita paciência )
com sangue
raiva
e suor.

Ferve-se
brandamente
a vontade
juntando-se
pouco a pouco
lágrimas de desespero.


Acompanha-se
com melodias de paixão
e serve-se de preferência
com o sorriso habitual
da usual conveniência.

SOMBRA

Vigia a tua sombra

existe ainda um fantasma

dentro de ti

a liberdade chegará

malgrado a vontade nula

que ponho na minha sobrevivência.

É chegado o momento

de encararmos as coisas
com a frontalidade possível.

Façamos da incoerência

a nossa amada e tão necessária

coerência

e,

sobretudo

continuemos a evitar

as perguntas perturbadoras.
É urgente
a paixão ardente
o amor violento
que emane
sem margem para
quaisquer dúvidas
a nossa malvadez
o nosso gentil ódio.
Sim,
a liberdade chegará
e, embora sem sermos capazes
de compreender a sua presença,
escreveremos o seu nome nas paredes,
soletra - lo - emos
letra a letra,
pelo que ela não deixará de
ser aquilo que sempre foi :
uma palavra agredida
pela nossa futilidade.
Perdoa - me ! perdoa - me 100000 de vezes
por não ter
um filho teu.
mas tens de admitir
que a vida é dura
quando um homem
só tem
aquilo que deus
lhe deu !
( e deus não existe ! )


Vigia !
vigia a tua sombra
há sempre um fantasma
dentro de ti.
Vigia !
vigia o teu fantasma
há sempre uma sombra
dentro de ti.
Não fiques intrigado
com o teu próprio jogo :
os trunfos que podes deitar
são o espelho da tua
versatilidade
joga com a cautela
que te é usual
assim, não perdes o que podes
ganhar
( recuperas sempre o que perdes )
porque a vitória
só é possível num jogo viciado.


O que nos une,
e é necessariamente
urgente
que disso
tenhas consciência,
é o nosso fracasso
árduamente conquistado,
conseguido gota a gota
falhanço a falhanço
pela nossa imbecilidade
pela nossa cretinice.


Tomai
e bebei
do meu cálice !
e, que
o veneno seja
assaz
eficiente !
perdoai
a minha coragem
assim como eu
não admito !
não aceito !
o vosso bom comportamento
a vossa boa disciplina
a vossa boa organização.


Tomai
e bebei todos
este meu ódio
permanente
este néctar
que deliciosamente
derramo
sobre os vossos pensamentos
sobre os vossos sorrisos
que,
abusivamente
têm o gosto
amorfo do tédio !


Há um fantasma
dentro de mim
que ocupa o néon do meu corpo
há milhares de sombras sorridentes
que preenchem a minha imagem.


Vou !
vou esconder - me
esconder - me bem
pôr - me fora de vista
a policia do sexo
anda pôr aí espalhada !
( alguém lhes disse
que tinha no frigorífico
as mãos da minha namorada ! )


Como é difícil de explicar a dificuldade do amor !!!
Corações ardentes
paixões violentas
milhares de humanidades
refugiadas
no medo da solidão,
embora fecundem o desprezo
a nulidade da personalidade
e toda a tentativa individual
DO DIREITO À DIFERENÇA .


(Como é diferente
ser - se diferente . )


Tomai e bebei todos !
este é o veneno do meu corpo
para vossa glória
por mim derramado.


Dão - vos um yô - yô
e com ele brincam à felicidade.
E depois dizem -me :
assenta bem os pés
no chão !
então
como poderei tirar as calças ?
( evitemos
as perguntas perturbadoras ... )


assumamos
de uma vez por todas
a conveniência da comum conveniência.
Consumamos
consumamos a necessidade de ser necessário consumir.
Consumamos até á exaustão
a necessidade da ignorância,
dos prazeres consentidos
pela legalidade legalizada.
( amor : que jogo mais estranho ! )


Vou escrever
uma carta apaixonada
antes que aniquilem esta
vontade louca que tenho de ser feliz !
corações violentos
paixões ardentes :
enterrem
a minha paixão
na curva
do rio.


Haveremos de viver !
o homo sapiens
usa perfume penetrante
bebe coco cola
e encharca o corpo
com desodorizante.
Assim,
tudo ! tudo não passa de
reclame
iluminado pelo néon
da nossa estupidez.
Amen !


Desolação !
Sou um anjo da desolação !
estou farto de lutas
Árduas conquistas e
Principalmente
do herói de celulóide
que aconselha a pasta dentífrica
que devo usar.


Resta - nos esperar
pela imortalidade da morte
porque
as pessoas diferentes
acabarão por realmente
VIVER !
84.jan

se os teus olhos te vendessem

eras tão bonita

e já te não quero
it`s all over now
i`m in the blue
you must know, my rainbow
is not for you
eras tão bonita
e já te não quero
procurarei ser digno
embora saiba que esses delírios
te perderão num caminho sem volta
não és a maré que o meu oceano abraça
nem a paixão que poderá remar o meu barco
não há culpas nem desculpas
já nada existe para além disso
não sou rio onde possas navegar
nem tu a bela barca que me surpreendia o acordar
fomos um fracasso total
o que te dei
o que me deste
não passou de uma mentira banal
mentiras hesitações contradições insinuações
déja vu não assumido
ninguém pega em ti ao colo
embora te ofereças como um produto num supermercado
hoje sinto-me doente
mas há alguém que verdadeiramente o está
a necessidade não explica tudo
e a solidão merece mais respeito.


se os teus olhos te vendessem
eras tão bonita
e já te não quero
como poderei ser teu amigo ?
sozinho é sempre diferente de solitário.
estupidez é a asneira repetida (lembras-te ?)
escutamos as mesmas músicas
mas não ouvimos as mesmas canções
dark clouds rollin`
i`m in trouble with myself ...
(eu já sabia)


se os teus olhos te vendessem
eras tão bonita
e já te não quero
it`s all over now
baby i`m in the blue
you must know, my rainbow
is not for you
eras tão bonita
e já te não quero
definitivamente nem o meu yô-yô já sou
assim como a amplitude das palavras nunca me assustou.
jogo sempre o jogo que me propõem
sempre até á última veia
corto-me quando é preciso
vou até ao fim
do fim possível
não tenho pena de mim
olho-me
revejo-me
acalmo-me
e só vomito o estritamente necessário
não sou vencido nem vencedor
não me divido quando estou
quero tudo e o tudo eu dou
sem troca
sem contrato
com paixão
com loucura até ao fim
até ao fim
desta vez não conseguimos ir
embora eu saiba que nunca é fácil
desta vez ficou a tentativa inútil
dum sonho mal acordado
poemas clandestinos
traduzindo o meu optimismo descarado
palavras de circunstância
desta vez o amor passou ao lado
e derramamos esperma
para celebrar a sua ausência


it`s all over now
i`m in the blue
não te preocupes :
este arco-iris é só meu
eras tão bonita
e já não me gustas baby
embora penses o contrário
eu não sou um estruturado
não gosto de guerras perdidas
de intenções mal paridas
do esquema planificado
nem da estratégia da segurança social
gosto dos olhos nos olhos
das palavras fodidas
que te cansam e dizes fazem-te mal
agarro o desafio sempre de forma consciente
aceito o problema porque procuro a solução
o que assumo depende sempre de mim
envolvo-me até á medula
mas não ponho o pescoço no cepo
sou ainda mais difícil assim
não vou tirar nada
daquilo que dizes te dei
guardo sempre as memórias
não revejo fotografias
não colecciono recordações
NÃO CELEBRO OS SOBREVIVENTES DO SEU PRÓPRIO FALHANÇO


se os teus olhos te vendessem
eras tão bonita
e já te não quero
dark clouds rollin`
i`m in trouble no more
you know you can`t find me baby
please knock on another door


já não me gustas baby






2006ago1

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

OS GOVERNOS (ai, libertem-me dos governos)

OS GOVERNOS
SÃO COMO OS PENICOS :
MESMO VAZIOS OCUPAM ESPAÇO.

até ao fim

até ao fim
meu amigo

foram penosos

mesmo em demasia

os caminhos que percorremos

e no entanto

bastava

que a esperança

não fosse

mais do que uma palavra agredida.


até ao fim
meu amigo
mantivemos a coragem possível
e desenhamos
os mesmos projectos.
no entanto
bastava
que a amizade
não fosse
mais do que uma palavra agredida.

até ao fim
meu amigo
prenderam - nos
pelos mesmos preconceitos
e imaginámos
tentativas de fuga
onde tentámos correr contra o vento
ainda que estivéssemos
amarrados
às amarras da vontade do tempo.
no entanto
bastava
que a coragem
não passasse de uma palavra ausente.


até ao fim
meu amigo
permanecemos imóveis
indiferentes
à tirania
de quem em nós
tentou mandar.
no entanto
meu amigo ,
bastava
que pelo menos uma vez
estivéssemos unidos.


&
isto é o fim, meu amigo
o único e verdadeiro fim
meu verdadeiro e único amigo.

asas de desejo

quando vir

                     um anjo
com asas de desejo
                     não sei
se resistirei
à vontade do beijo .
                     
 como de costume
aparecerás em forma de volúpia


e
eu
          como sempre
          adormecerei
          no nevoeiro do teu sexo .

Apologia do poder

se



eu                fosse
o                 poder


mandava - o
                   foder.
 ( a todo o momento) .

anticonto

1 . Na sequência dos dias sempre iguais ele mirava – se
no espelho e recortava a fotografia do jornal.
2 . ela tocava shubert e sorria vendo a sua imagem reflectida no piano.



3. eram pessoas bastante ocupadas e sobretudo democratas .
as manhãs dos dias eram gastas na limpeza do pó das pessoas que estavam na estante.
4. também não jogavam no totobola para darem oportunidade às outras pessoas.
5. subitamente fez - se silêncio. ele olhou ! ela também olhou e depois bebeu o suor duma tecla. e o telefone tocou. uma duas três quat... vezes. ela suspirou. ela espirrou.
6. ela disse : telefono - te depois da psicanálise.

amor

deitado na

cama deserta
                  despida
nua
            compreendo
o real significado
da tua ausência .

Amar... te

amar - te tanto

até atingires o céu

para nele desenhares

vôos de gaivota

depois dirás

que nada te importa

e continuarás a dizer não

como agora dizes

quando bato à tua porta.

mar.85.6

agosto

descansa

os braços nos meus joelhos

tu sabes como eu gosto

leva o tempo que quiseres

os meus dias

têm o tempo de agosto

ama-me até

ao fim do amor

com beijos escondidos nos lençóis

do teu corpo

guardarei sempre o calor

mais quente que mil sóis


2006out12


agora não

agora não !

sinto-me cansado

demasiado cansado

mesmo para fingir.


quando a manhã chegar

talvez te abrace

com uma nova promessa

nos lábios...

3.6.86