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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

2015

Foi um ano sem dignidade. Um roubo permanente feito de mentiras pegadas. Foi o tempo de todos os abusos, da nulidade sempre proposta, da não consideração. Espalhou-se a miséria com todas as doses de cinismo. Meses  com demasiados vazios. Mortes solidariamente vistas na televisão. Estamos doentes, a humanidade queixa-se da mesma coisa, e a solidariedade não passou de uma palavra agredida pela nossa futilidade. Roemos o ócio, olhando propositadamente para lado nenhum.


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“QUIÇE MI LÁ BUCHE” - Apresentação

Gosto muito deste livro!
Miguel Martins, honrou-me mais uma vez com a edição deste livro pela editora Tea For One (http://t41editores.blogspot.pt/). Inês Ramos fez a paginação.
Sandra Filipe e André Ferreira, disponibilizaram o BARABARRACA – Teatro Cinearte, onde todas as quintas-feiras, há mais de 3 anos, acontecem sessões de leitura de poesia.
Manifesto aqui o meu maior agradecimento.
Quero também dizer a todos os presentes (Alexandra | Alexandre Sarrazola  | Ana Cristina | Ana Gomes da Costa | André Miranda | Armando Machado |Bárbara Grosso | Cláudia Gama | Dulce | Fábio Mendes | Joana Azevedo | Joana Varela | José Manuel Gomes da Costa | José Paulo Albino | José Peralta | Luis França | Luis Marques | Luisa Tavares | Manuel Filipe | Rita Pinto | Rui Godinho | Sandra Amorim | Sr. Gonçalves | Susana |Tiago Gomes da Costa | Tó Carlos | Tomás Miranda | Valdemar Pereira ), o quanto gratificado me senti pela vossa companhia.
Envio um abraço para o António Jorge Caeiro
Um abraço muito especial para um "velho conhecido, grande amigo", António Salomão.
E um obrigado ao Changuito, pela disponibilidade sempre bem disposta e pelo magnífico jantar.
Também adorei a companhia do Filipe Homem Fonseca, da sua simpática companheira e da malta “do Lado Esquerdo”.
Um cumprimento para aqueles que não puderam comparecer.

Que deus vos abençoe, porque eu não sei como isso se faz.





aNTÓNIODEmIRANDA.

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

domingo, 27 de dezembro de 2015

SABEDORIA

O kiko quando vai visitar a D. Isaura (a minha sogra), não manifesta grande entusiasmo. Este cão viveu com a senhora, mais de dez anos. Cama, roupa lavada e trinca com rabos de pescada sem espinhas. Eu sei que houve outros mimos. Tento explicar este comportamento...
Sabe Miranda, ele também já está muito esquecido.
Sabedoria permitida por 89 anos da mais pura simplicidade.



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aNTÓNIODEmIRANDA

COISAS DO BAÚ.

FILMES ESPECIAIS... POIS.

GOSTO DESTA

CUIDADOS INTENSIVOS.

GOSTO

KIT CARSON, VAI-TE FODER!

MEMÓRIAS...

GRANDE IDEIA!

LIVROS DO BRASIL : UMA GRANDE EDITORA.

ARQUITECTURA & ENGENHARIA.

PORQUE GOSTOS DOS ÍNDIOS.

ROCKABILLY

MUITA CALMA.

SINAIS DOS TEMPOS. VIA SEMPRE ESTA PARCELA COMO UM JARDIM.

VEJO-A TODOS OS ANOS.

OBRIGADO

Obrigado pelas manhãs que me deste, onde acordei entre lençóis molhados com toda a amargura embrulhada. Tinhas dito que não gostavas de mim, eu, que nunca reclamei o amor que me entregavas com ais mentirosos que sufocavam os soluços com que te amava. Costumavas dizer, (lembras-te?), que era eu quem mentia, mas no teu ódio já eu sentia que me tinhas abandonado. Não têm significado as noites fingidas, adormecidas em almofadas, onde a ausência estava sempre presente. Conservo uma angústia abusivamente magoada com o sabor do sangue caído de lágrimas que continuamente me cortam. Obrigado pelas manhãs apunhaladas, nas noites que não nos pertenceram. Tenho agora um golpe fino ao longo do único sonho que me recuso. Obrigado pelo relatório povoado com nuvens tão duvidosas que só oferecem a ideia de um fim não certificado. Obrigado pelas propostas maldosamente desenhadas, que só impediram aquilo que deveríamos ter feito. Nº 5 Chanel e Davidoff, não ligaram. Não apanhámos o jeito. Perdemos assim a urgência da nossa amplitude.
Obrigado.


aNTÓNIODEmIRANDA


CONFIÁVEL CERTEZA

Confio tanto em ti como no deus que mandaste foder-me. Confio na navalha no lume que aguça o gume numa cruz que não me seduz numa ladainha cantada numa língua longínqua da minha música. Confio na abertura dos portões automáticos obedientes a comandos simpáticos com pré pagamento temporizado; confio no prazer que dizes ter naquelas noites dormidas lado contra lado; confio cegamente na bateria do meu telemóvel e sobretudo nas suas definições que nunca consigo acertar; confio naquela estrela a hipótese da sorte agora implantada num pacote de margarina que já viu melhores aplicações. Confio na minha ausência de fé que continua a dar-me a confiável certeza de que nem em tudo se pode confiar.
Mas há coisas em que verdadeiramente confio: no cumprimento do meu cão e pela sua lambidela sei que é verdadeiro este confiar.

Se calhar confio em algo mais! Mas não me consigo lembrar. 


aNTÓNIODEmIRANDA

SEXO TÉTRICO

Ligaram o micro ondas para aquecer a libido.
Colocaram o cd meticulosamente escolhido 
e ouviram o mantra indicado.

Desnudaram os complexos,
abraçaram a intenção,
estenderam o karma,
comtemplaram-se de frente um para o outro.


… Mas era do apartamento ao lado

que vinham sons de uma profícua actividade sexual.


,2015aNTÓNIODEmIRANDA

ANÚNCIO

Quero levar na saudade aquilo que amei como se deve gostar. Outras hipóteses não caberão no meu imbróglio. Partir é sempre uma perda que faz chorar os corações menos atentos. O elogio póstumo não é de fiar. Esta é a única equação que me respeita. Longe de mim será sempre uma vulgar significância. Não penso na morte enquanto ela faz o mesmo comigo. É o mais fácil que consigo alcançar.

AUTÓPSIA

A essa coisa do mau hálito, anuí para segundas núpcias. Inequivocamente era observável a falência total do seu sistema humanitário. O que é certo, é que tinha a cara convidadora para a autópsia perfeita. E, eu sei que há bisturis que embelezam as incisões mais difíceis de esconder. Não te preocupes! Estarei atento e venerando um qualquer sinal da tua parte. Prometo-te uma temperatura amena, para não estragar o anel que acabei de te roubar. Serás entregue porta a porta, num prazo nunca excedendo as 24 horas. Só terei nas mãos o teu coração. Sabes, o meu já não é o que me faz falta.


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POEIRA

Toma o tempo que precisares          
Agarra-o como quiseres        
Rejeita a fila                       recusa a tua vez         
Falha o necessário                          Tu és o essencial       
Corta a curva           Não fiques na encruzilhada    
Voa até o chão deixar de ser teu       
Sacode a poeira

Vai!      Mas desta vez, até ao fim.

,2015aNTÓNIODEmIRANDA



O VENTO FAVORÁVEL

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Se vous aprouver...


A FAVOLA DA MEDUSA _Concerto |BarAbarraca|19Dez2015

Mário Rua | Tomás Miranda | Miguel Martins | António de Miranda | Rui Godinho | Luis França | Filipe Homem Fonseca | Abdul Moimême | Joana Azevedo (fotos)
 
 

 




ÁFRICA BLUES

Voa como só um pássaro pode fazer!
Porque tu, já tens as asas.
É uma carga de trabalhos quando aquilo que gostamos de fazer é sempre considerado fora da lei. Não aceito a alegria que me querem impor, aqueles que não sabem o sangue da minha cor. Que romances querem que leia, eu que não sei ler palavras esquisitas. Tenho ruas, caminhos e rios que não vêm nos mapas. Gosto de coisas tão simples que nem no catecismo poderão ser encontradas. Indo ao fundo devagar, deix...ar a vontade conduzir-me... Oh baby, chegarei atrasado ao encontro não combinado. Desta vez, levarei uma música com kora. Ninguém falará melhor de mim! Ofereço-te tudo da minha pele, desta vez não manchada de qualquer solidão. Eu tentei. Tentei, mas não consegui sair do chão. Tentei tanto, mesmo sem a importância de alguém e agora só tenho um saco cheio de promessas vazias. Não olhes para mim como um pecador. Ofereço-te o meu não arrependimento com sons de uma kora, que agora me faz chorar. Tingimos demasiado o tempo, colorindo com uma não cor a partida sempre anunciada. Não sei que lamento ousar. Sou demasiado pequeno para um desejo ainda menor. Não vou escrever palavras em que não acredito.


aNTÓNIODEmIRANDA,2015

Nina Simone Feeling Good

https://youtu.be/D5Y11hwjMNs

FEELIN`GOOD
Continuo mais perto da simplicidade das pessoas e cada vez mais longe das inteligências mal iluminadas. Felizmente o meu analfabetismo, ainda permite isso.


2015aNTÓNIODEmIRANDA

Nina Simone Feeling Good

Nina Simone Feeling Good

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Jason Ricci and New Blood - "Mellow Down Easy" (2009) * MUITO BOM


Georgy Kurasov







 
 
 
 
Georgy Kurasov was born in 1958 in the USSR, in what was then Leningrad. He still lives and works in the same place, but now the country is Russia and the city is called St Petersburg. Without any effort on his part whatsoever, Georgy seems to have emigrated from one surreal country to another.
His native city was irrational from the very moment of its foundation. Situated on the same latitude as the southern shores of Alaska, on the swampy delta of the River Neva where no one had ever settled before, this new capital city grew up on the very edge of a monstrous empire.
Here on the totally flat surface carved across by rivers, streams and canals, European architects laid out, like images on a canvas, straight avenues, streets and squares, they built Greco-Roman porticoes and Baroque palazzi, erected sculptures and fountains, amidst something akin to permafrost where half the year is dominated by ice and frost and the other half by damp and rain.
It is hard to find a more artificial – more artistic – city.
Georgy spent his childhood on the Petrograd Side, to the north of the city, in a tiny little flat with windows that looked out onto an even tinier courtyard. As far as he recalls, he modelled things in plasticine and drew resting on the vast wooden windowsills. Not so much aesthetic pastimes as compensations for the grey minimalism of everyday life, the absence of light and bright colours.
At thirteen years old his mother put him in the art school attached to the Academy of Arts. At the interview it was politely explained that there was nothing for Georgy in the painting department since he had a total lack of feeling for colour. So they suggested Georgy Kurasov join the sculpture class.
In some way he was pleased, since all the painted images they showed him seemed terribly boring, and Georgy had great interest in form.
That was when he began his professional training.
In 1977 Georgy Kurasov entered the sculpture department of the Academy of Arts.
He spent six years in the vast studio of a building erected during the time of Catherine the Great, in the late 18th century. Those gloomy, narrow, incredibly high vaulted corridors, the vast, cold, grimy studios, everything was inhabited by the ghosts of long dead masters of ages past, whose influence was far more real than the insignificant apologists of Socialist Realism and of Marxist-Leninist aesthetics. The Academy was a solid amalgamation of temple to and prison of the arts.
Yet those years in the Academy were the best years of his life. Nearly all Georgy’s friends and colleagues date from those years.
The circles he moved in were intellectual, talented, young – which meant free, with the exception of the one or two informers that were simply an obligatory element of life in those years and did little to alter the overall picture.
It was then that Georgy met his wonderful Zina, who was later to occupy nearly all his space, both physical, in his life, and creative, in his works.
Almost immediately after his diploma Georgy Kurasov was called up for army service, but even there he was armed not with a rifle but with paints, since he was lucky enough to be appointed Court Artist to his general.
In 1984 Georgy Kurasov was at last demobbed. He was free.
Over the next few years he took part in all kinds of exhibitions and competitions in order to score the Brownie points necessary to gain membership of the Union of Artists, since that was more or less the only way of being allocated a separate studio.
It was not the easiest of times. In order to take part in exhibitions you had to have something to display. And in order to create that something to display, you had to have a place in which to create it. Georgy had nowhere.
At last, however, he managed to join the happy ranks of members of the Union of Artists, was allocated his tiny studio, and thought he was at the very peak of happiness. All around him the country was in turmoil, at the very heights of Gorbachev’s ‘perestroika’, people passionately quenching their thirst for information whilst battling with a hunger of somewhat more concrete physical nature caused by food shortages.
Things were now rather difficult for artists, particularly as far as sculpture was concerned. Sculpture, as is well known, is an art form for either rich or totalitarian states. The totalitarian state had ceased to exist but it had not become rich.
Georgy Kurasov started to paint, but it soon became clear that selling his pictures for any acceptable price was going to be impossible, and so he had to feed his family by producing small pastels which Georgy sold through small galleries dealing mainly in souvenirs for foreign tourists.
In 1991 the Soviet Union collapsed. By that time Kurasov had put together a large body of paintings, but had absolutely no idea what he was going to do with them. The future looked bleak.
Then in 1993 his works were first exhibited in the USA. Since then, Georgy Kurasov have exhibited and sold his paintings exclusively in North America.
It is many years since he dropped out of the world of sculpture in Russia, and he never formed part of the world of painting there. Kurasov knows there are plenty of people who, noting the absence of his works at Russian exhibitions, think he has emigrated.
Americans see Georgy Kurasov as a Russian artist, Russians as an American artist. Painters think he is a sculptor. Sculptors are sure he is a painter.
And when Georgy Kurasov thinks of it, he rather like this borderline existence. Perhaps it what makes it possible to be himself, to be unlike anyone else.
 

Artist Georgy Kurasov, the painter, the sculptor

kurasov.com/

Editores.

QUE SEJA COMO DEUS QUISER... QUE EU AGORA, NÃO TENHO TEMPO!!!!!!!!!!!!


COISAS DO TEMPO

COISAS DO TEMPO (1)


Claro que os anos passam !
Mas o tempo,
Que muitas vezes é nosso amigo,...
Faz o favor de parar,
Para assim melhor admirar
As pessoas especiais.



.2014,aNTÓNIODEmIRANDA


COISAS DO TEMPO (2)

Pois é...
O tempo passa por nós,
Roubando-nos muitas coisas.
Depois,
Entrega-nos manuais de sabedoria
Alguns deles
Sem instruções para o uso devido.


2014,aNTÓNIODEmIRANDA


COISAS DO TEMPO (3)

Um dia...
outro dia...
só mais um dia :
& as flores acabarão arrependidas
no jardim da celeste.


 .2014,aNTÓNIODEmIRANDA

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O VENTO FAVORÁVEL

Serei sempre umas reticências, um ponto de interrogação ladeado por um etc às vezes latido. Um aloquete mal aberto ou ferrolho enferrujado. Tímida descoberta desaguando num cais com todas as milhas da distância. Mera circunstância de marinheiro atrevido. Relógio sem pulso, mentindo o impulso do tempo em que me abuso, navegando alturas agarrado a uma corda digitalizada em formato de imagem desfocada, que não me respeita. Serei sempre aquilo que gostava de ser. Vontade presente, para um desejo sempre premente parindo uma razão apenas não válida, para um pretérito imperfeito onde nada mais poderá caber. Não gosto de meias medidas!
Serei sempre o meu mundo dentro de uma barca prenha de soluços encaminhados por um controlo remoto, tentando enganar o nevoeiro anunciado pelo ronronar dos faróis automatizados. Uma solitária prancha de surf, aproveita o momento para entregar poemas de amor a uma onda com destino desconhecido. Uma vela ingénua, anuncia contente uma passageira hipótese de poesia.
Na praça do costume, à hora habitual, estátuas supostamente interessadas, catam o tempo corrigindo a minha escrita não adequada. A cigana despenteia-me o olhar. Perdeu a vontade de me ler a sina. Caminho ao contrário. Esta rota já não me convém... O comandante sou eu!
Ainda não descobri o vento favorável.



2015dez11_3 ½ da manhã

aNTÓNIODEmIRANDA

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

CIÁTICA

Não minto quando te digo que dezembro é uma estação fria e o inverno é um mês com demasiada solidão. Dirás então, que o calendário continua errado, e, as flores que florescem na primavera, aparecem em postais compulsivamente mentirosos. É este o tempo moderno, condicionado por um ar vendido em ampolas com sabor a ciática. Os antigos ficam confusos com esta falta de lealdade. Queimam a saudade saltando fogueiras onde ardem memórias, até então religiosamente guardadas.
É chegada a hora de bebermos desconfiadamente o chão das cinzas.
Haveremos de ilustrar outros postais.

,2015dez_aNTÓNIODEmIRANDA

sábado, 12 de dezembro de 2015

"QUIÇE MI LÁ BUCHE" CONVITE


"QUIÇE MI LA BUCHE" Lançamento - A editora TEA FOR ONE

A editora TEA FOR ONE tem o prazer de convidar V. Exa. para o lançamento do livro QUIÇE MI LA BUCHE, de António Miranda, a ter lugar no bar do Teatro A Barraca, no próximo sábado, dia 12, pelas 17h.
O evento contará com pintura ao vivo, pelo renomado artista Diogo Barros Pires.
Até lá.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Abílio Augusto Gonçalves de Miranda | 4 Dez_1927| 3 Nov. 1987 | Gaveta 2678 Cemitério da Amadora.

88 anos

Sentado na paragem do autocarro, relembro esse fim de tarde onde desoladamente percorri as ruas que me levariam pela última vez até si. Ruas estranhas, pisadas por mim, vezes sem conta. Tempo sem tempo, aquele que demorei a chegar. Estava cansado duma forma absorta, vazio de uma esperança que julguei, nunca me abandonaria. Invejoso de todos os sorrisos. Assassino de qualquer alegria. Acompanhava-me a mais vil das tristezas, embora soubesse que agora era para sempre. Saboreava todos os paladares da angústia. Sabia agora, a hipótese exacta da perda. São 19 horas e mais vinte e sete anos. Correu demasiado depressa o seu tempo. Longo, exaustivamente longo, foi o tempo que levou a sofrer. Nada era tão real á minha frente, como o cenário real da sua morte. O Tomás estava no quarto ao lado, ele que também esteve para morrer. E a mãe com passagens para a outra realidade. Mas havia um abutre! Um abutre abusivamente mascarado de palhaço, que não conseguia respeitar a sua partida, gozando porca e despudoradamente com a situação da minha mãe. Eu bem o avisei, que ele não valia nada. Tal como fiz dois dias antes, com uma das suas irmãs, que depois da sua morte, não haveria a mínima hipótese de qualquer relacionamento entre nós. Compreendemos os dois, que essa foi a última conversa.

VIVA LA MUERTE ! Irei abraça-la como um cavalo louco.



04 de Dezembro de 2014.
aNTÓNIODEmIRANDA


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

ESCLARECIMENTO


Têm-me perguntado, o público em geral e as pessoas em particular, o que será esta coisa do “QIÇE MI LÁ BUCHE”. Sou um gajo atento e interessado, por isso estou agora em condições de afirmar, que “QIÇE MI LÁ BUCHE”, não é uma expressao turca, e em francês não significa, “BEIJA-ME NA BOCA”. Esclarecidos? Eu também não.

Atentamente,

aNTÓNIODEmIRANDA.

SUSHI WOMAN * Campanha de Natal * Faça já a sua encomenda. Stock limitado.


KIKO, o meu cão

O meu cão está a ficar velho.
Cada vez ouve menos e manifesta uma grande vontade para me chatear o juízo.
Provavelmente morrerá antes de mim. Nestas coisas deus nunca foi justo.
Andamos devagar. Ele senta-se demasiadas vezes no pouco caminho que percorre.
Eu impaciente digo-lhe : pá, tens que andar mais um bocado.
Está surdo olha para mim e diz-me que entende o que eu acabei de dizer.
Teimosamente é ele que conduz o passeio com as pausas que quer com o ritmo que consegue.
Mas com toda a amizade possível.
Mija aqui snifa ali, por vezes pára, abana a cauda numa coisa que eu não entendo, num cheiro que não cheiro e eu penso, está contente , cheira-lhe a menina.
O meu cão é o cão que mais blues ouve no mundo.
Claro que adormece, ressona enquanto eu toco aquela coisa que mesmo não ouvindo, vai entendendo.



,2015aNTÓNIODEmIRANDA